Consumidor do Grande ABC pode comemorar. Depois de amargar severa alta, o preço da cesta básica caiu 2,87%, fazendo com que encher o carrinho ficasse R$ 10,39 mais barato nesta semana, saindo R$ 351,20 contra os R$ 361,59 da semana anterior. Entre os produtos que mais contribuíram para a redução estão o feijão, que segue em queda desde janeiro e já sai por R$ 2,18 o quilo (-4,80%) e a carne de primeira, que caiu 5,67%, custando, em média, R$ 14,81 o quilo do coxão mole. No início do ano o quilo do produto não saia por menos de R$ 17.

Apesar da pequena melhora, o engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) e autor da pesquisa da cesta básica, Fábio Vezzá de Benedetto, avalia que é preciso aguardar para saber quais serão os próximos passos dos preços. "O clima e o período são bons para a carne, o que estimula a queda, mas com tanta exportação, não temos como estimar se essa diminuição deve continuar nas próximas semanas', diz.

A situação ocorre porque o consumo médio de carne subiu nos últimos anos. No entanto, como entre 2004 e 2007 o mercado sentiu severa diminuição na comercialização do item, produtores resolveram abater matrizes (bois responsáveis pela reprodução) para segurar os preços. E o reflexo dessa decisão tem impactado agora no preço do produto, já que houve alta da demanda e menos bois para a reprodução.

Arroz, açúcar e café, que foram os vilões do bolso na semana passada, despencaram e também ajudaram o consumidor a equilibrar o orçamento. "A compra das sacas de arroz pelo governo, anunciada semana passada, deve estimular os produtores a seguir plantando, para evitar que a alta que tivemos seja enfrentada de novo", estima Benedetto.

HORTALIÇAS

As chuvas e o tempo quente também têm atrapalhado o planejamento do consumidor nos gastos com a feira. Os produtos do setor de hortifruti ficaram até 9% mais caro nesta semana. O tomate já sai por R$ 3,75 o quilo, mas, apesar do preço nas alturas, a qualidade caiu, segundo Benedetto.

Batata, laranja e alface também enfrentam o problema, que, segundo o engenheiro, só deve normalizar em março. ‘É quando o clima melhora e recebemos novas safras de laranja, por exemplo", destaca.