A Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), hoje gerida por Israel Aleixo (PSB), elegeu a atual gestão como melhor até que a do próprio prefeito Atila Jacomussi (PSB), que foi superintendente da autarquia entre 2013 e 2014.

Em balanço das ações da companhia pública, responsável pelo abastecimento de água em Mauá, a Sama alega que os resultados do exercício de 2017, sob a gerência de Aleixo, colocam a atual gestão do socialista como “a melhor dos últimos 17 anos”. Segundo os números informados pela autarquia, houve “economia de mais de R$ 8 milhões, que possibilitou o pagamento de dívidas de quase R$ 5 milhões herdadas da gestão anterior” e que, por conta desse resultado, a Sama encerrou o ano “com superavit, após três anos consecutivos de saldos negativos”. O comunicado, enviado ontem à imprensa, não cita, porém, números oficias dos exercícios anteriores.

“Apesar de assumir a autarquia com dívidas, conseguimos equilibrar as contas e fechar o ano com o maior superavit dos últimos dez anos. Nossa gestão está comprometida em administrar bem o dinheiro público. Seguindo a orientação do prefeito, estamos dando prioridade para medidas que valorizem o patrimônio público”, ressaltou Aleixo.

O balanço também minimiza a gestão de Paulo Sérgio Pereira (PRP), hoje superintendente da Arsep (Agência Reguladora de Serviços Públicos) do governo Atila e que comandou a autarquia entre 2014 e 2015, por indicação de Atila.

O hoje prefeito comandou a Sama nos dois primeiros anos do governo do ex-prefeito Donisete Braga (PT, 2013-2016), após acordo político em troca de apoio ao petista no segundo turno da eleição de 2012. Atila só deixou a companhia porque precisava se desincompatibilizar do cargo para se dedicar à vitoriosa campanha de deputado estadual, mas deixou Pereira em seu lugar.

Com as movimentações de que seria candidato a prefeito nas eleições de dois anos atrás, Donisete decidiu romper com Atila e tirar o grupo do então parlamentar do controle do departamento de água.

O ano de 2017 foi conturbado para a Sama. Cobrando dívidas do órgão, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) reduziu parcialmente o abastecimento de água à cidade. A negociação segue travada, mas o governo chegou a cogitar entregar praticamente metade da autarquia à Sabesp para amortizar o passivo, estimado em R$ 2 bilhões.