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Iugoslávia pede apoio ao Conselho de Segurança contra ameaças da Otan
Por Do Diário do Grande ABC
02/02/1999 | 10:43
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Belgrado pediu nesta segunda-feira ao Conselho de Segurança das Naçoes Unidas que condene as ameaças de ataques aéreos da Organizaçao do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e que impeça "uma agressao armada contra a Iugoslávia".

As grandes potências, que a partir do próximo sábado se reunirao em Rambouillet, nos arredores de Paris, para iniciar as negociaçoes sobre Kosovo, continuaram pressionando as autoridades de Belgado e os independentistas albaneses do Exército de Libertaçao de Kosovo (UCK) para que participem nessa conferência.

O governo iugoslavo, que deve fazer frente a novas ameaças da Otan se nao cooperar com a comunidade internacional no caso de Kosovo, contestou de forma inesperada nesta segunda, ao pedir uma reuniao do Conselho de Segurança "para que sejam tomadas medidas apropriadas, em conformidade com a Carta da ONU e que se impeça uma agressao armada contra a República Federal da Iugoslávia (RFI, integrada por Sérvia e Montenegro)'.

O governo iugoslavo tomou essa iniciativa depois que o Conselho Permanente da Otan autorizou o secretário geral da Aliança Atlântica, Javier Solana, para em caso de necessidade ordenar ataques aéreos contra objetivos na Iugoslávia.

Segundo o governo, a Otan lançou "uma clara ameaça contra a soberania e a integridade da RFI como país independente, membro das Naçoes Unidas, o que constitui uma violaçao dos princípios da Carta" da organizaçao internacional.

"A RFI pratica uma política de paz e de cooperaçao pacífica, nao ameaça nenhuma pessoa e nenhum perigo procedente de seu território ameaça ninguém", assinalou o governo.

Uma carta do ministro iugoslavo de Relaçoes Exteriores, Zivadin Jovanovic, foi entregue em Nova York ao presidente do Conselho de Segurança, o embaixador canadense Robert Fowler.

Embora a RFI nao participe nos trabalhos da Assembléia Geral da ONU desde 1992, assiste às reunioes do Conselho de Segurança que lhe dizem respeito.

Ao aproximar-se a data prevista para o começo das conversaçoes sobre a província sérvia de Kosovo, convocadas pelo grupo de contato (Alemanha, Estados Unidos, França, Gra-Bretanha, Itália e Rússia), as grandes potências começam a preocupar-se devido à incerteza que persiste sobre a participaçao de Belgrado e da UCK.

O secretário do Foreign Office (Chancelaria britânica), Robin Cook, reconheceu esta segunda-feira que existem "sérios problemas" para reunir a conferência de paz. "Nao posso confirmar que as negociaçoes de realizarao, nao posso carantir antecipadamente que terao sucesso", acrescentou Cook.




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