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Altos estoques desaceleram produção de veículos
Por Soraia Abreu Pedrozo
07/02/2012 | 06:43
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Fernando Nonato/DGABC


Os altos estoques da indústria automobilística fizeram com que a produção de veículos fosse freada neste início de ano. Na tentativa de ajustar a fabricação, foram concedidas férias coletivas na maioria das montadoras em janeiro, o que reduziu a produção em 11,4% em comparação ao mesmo mês em 2011, com 211,8 mil unidades. Em relação a dezembro, a fabricação recuou 19,2%.

Os números se referem à produção de automóveis e comerciais leves, caminhões e ônibus, e foram divulgados ontem em coletiva da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Somando os estoques das concessionárias e das montadoras, existem 319,9 mil veículos, o equivalente a 36 dias de produção (sendo 27 nas distribuidoras e nove na indústria). Em janeiro do ano passado, eram 269,8 mil unidades, ou 33 dias. Apesar do crescimento, o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, afirmou que "36 dias é um estoque regulador normal".

No ano passado, o total de dias do estoque era menor porque em 2010 as vendas estavam bastante aquecidas, tanto que no fim daquele ano o governo baixou as medidas de contenção de crédito, o que dificultou a tomada de empréstimos, reduziu o prazo de financiamento e não permitiu mais a compra sem entrada. Essas medidas vigoraram por quase todo o ano passado.

Em dezembro, o estoque era de 30 dias (22 nas concessionárias e oito nas montadoras). Nesse mês a desova costuma ser maior, por conta do recebimento do 13º salário e por promoções que incluem o pagamento do IPVA.

CONTRAMÃO - Apesar da queda na produção, janeiro bateu recorde em vendas de veículos zero-quilômetro, o que anima o setor. Foram comercializadas 268,3 mil unidades, 9,6% mais do que em janeiro de 2011. Na comparação com dezembro, houve queda de 23%. "Todo ano em dezembro se forma um pico, e, naturalmente, há queda em janeiro. Há uma sazonalidade muito grande", justifica.

Um entrave que faz com que produção e vendas não sigam exatamente o mesmo ritmo é o crescimento do comércio de importados, mesmo com as medidas do governo em elevar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em 30 pontos percentuais para carros que não tenham 65% de conteúdo local - de peças fabricadas no Brasil ou no Mercosul -, à exceção de Argentina e México, com quem o País tem acordo bilateral.

Ou seja, mesmo pagando mais caro, as vendas de importados subiram 17,9% em relação a janeiro de 2011, com 67,9 mil unidades. Entre os nacionais, a expansão foi bem menor: 7% ante o mesmo mês no ano passado, com 200,4 mil veículos. Dessa maneira, a participação desses automóveis no mercado nacional subiu de 23,5% há um ano para 25,3%.

PERSPECTIVAS - Mesmo com esse cenário, Belini estima que a produção cresça entre 2% e 3% neste ano sobre o resultado de 2011, quando foram fabricados 3,406 milhões de veículos. Para as vendas, a perspectiva é de alta entre 4% e 5%.




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