Internacional Titulo
EUA intensificam 'ofensiva 24 horas' e usam nova arma
Por Fernão Silveira
Do Diário OnLine
17/10/2001 | 01:45
Compartilhar notícia


Conforme aumenta o número de suspeitas de ataques bioterroristas com a bactéria antraz nos Estados Unidos, as forças militares americanas apertam a retaliação armada contra o Afeganistão. Os bombardeios acontecem de maneira quase ininterrupta, seja à luz do dia ou na escuridão da noite, e incluem uma nova máquina de guerra: os aviões AC-130.

Os EUA ganharam mais efetivo e aparato militares nesta terça-feira, com o ingresso da Austrália na aliança armada que já inclui a Grã-Bretanha. O primeiro-ministro australiano, John Howard, colocou 1.550 homens, seis aviões e três navios à disposição dos Estados Unidos e dos britânicos. O reforço deve estar pronto para seguir ao front em novembro, segundo Howard.

A terça-feira começou para os afegãos com os ataques do avião AC-130, uma verdadeira fortaleza militar dotada de hélices, o que permite vôos a baixas altitudes para ataques 'cirúrgicos' em solo. Kandahar, a cidade usada como base pela milícia Talibã, também sentiu os efeitos dos ataques.

Depois de breves bombardeios durante a noite, os ataques mais recentes à capital Kabul foram registrados na manhã desta quarta (por volta da 1h30, horário de Brasília). Seis novas explosões foram registradas. Não foram divulgadas informações sobre a extensão dos danos ou a existência de vítimas.

Balanço - Os EUA anunciaram nesta terça-feira que a segunda semana de bombardeios ao Afeganistão começou com um recorde. O general Gregory S. Newbold, do Estado-Maior conjunto dos Estados Unidos, disse que mais de 100 aviões, entre eles 60 bombardeiros, atacaram na segunda-feira. A atuação dos AC-130, segundo Newbold, foi um "êxito".

O general disse ainda que mais de duas mil bombas e mísseis foram lançados sobre o Afeganistão desde o início da ofensiva militar, em 7 de outubro. Newbold comemorou que "uma quantidade minúscula" de projéteis errou os alvos devidos.

Os erros da artilharia americana já destruíram uma agência de desarmamento de minas terrestres que trabalhava para a Organização das Nações Unidas (ONU), em Kabul. Nesta terça, o alvo equivocado foi um prédio da Cruz Vermelha, lotado de mantimentos que seriam distribuídos aos afegãos como ajuda humanitária. O Pentágono admitiu nesta terça à noite que outros depósitos da Cruz Vermelha em Kabul podem ter sido indevidamente destruídos.

A rede de TV do Qatar Al Jazeera, que tem tido posição de destaque na cobertura da guerra, informou que os ataques de terça-feira destruíram um hospital em Kandahar e mataram pelo menos cinco pessoas. A fonte da Al Jazeera é um membro da milícia Talibã. A informação não foi confirmada por fontes independentes.

Segundo a Agência Islâmica Afegã (AIP), estabelecida no Paquistão e ligada ao Talibã, pelo menos nove pessoas morreram e 22 ficaram feridas nos ataques a Kandahar. Em Lal Mohammad, uma vila 30 quilômetros a noroeste de Kandahar, quatro civis foram mortos e oito ficaram feridos, segundo o Ministério da Informação do Talibã. Essas informações também não são confirmadas por fontes independentes.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;