Política Titulo Câmara de S.Caetano
Bottura ignora acordo e eleição vive impasse

Quatro governistas renunciam das comissões da Câmara de S.Caetano; trabalhos ficam travados

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
04/02/2015 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


O presidente da Câmara de São Caetano, Paulo Bottura (Pros), descumpriu ontem acordo com o prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) e a eleição das comissões permanentes da Casa se transformou em imbróglio, que poderá ser decidido na Justiça. Sem acordo entre as bancadas, o resultado do pleito interno favoreceu exclusivamente os independentes e irritou os governistas, que optaram por renunciar aos cargos nos grupos de Justiça e Redação e Orçamento e Finanças, o que travou os trabalhos do Legislativo.

Bottura, que autorizado por todos os integrantes do G-11 a dialogar com o Palácio da Cerâmica, acertou com o secretário de Governo, Nilson Bonome (PMDB), que a composição das duas comissões permanentes seria repartida entre as bancadas. O governo indicaria Chico Bento (PP) para presidir Justiça e Redação, mais dois componentes e os independentes teriam duas cadeiras no grupo. Edison Parra (PHS) chefiaria Finanças e Orçamento e seria acompanhado de outro integrante do G-11. Os aliados de Pinheiro indicariam três nomes.

“Eles responderam hoje (ontem) que não aceitavam a indicação de três integrantes da base governista para a comissão de Finanças e Orçamento. Queriam ter o Parra na presidência, indicar mais dois vereadores e deixar a sustentação com duas vagas. Não houve acordo. A democracia foi respeitada e ocorreu a eleição”, avaliou Bonome.

O dirigente da Casa assumiu que seu grupo não concordou com a proposta de Pinheiro. “O governo quis indicar três nomes para Finanças e Orçamento. Desta maneira o acordo poderia rachar, no meu entendimento. Acabou não cumprindo o equilíbrio. Acho que perdem os dois, mas vou buscar caminho de entendimento”, justificou o presidente, que, mais uma vez, afirmou que irá trabalhar pela governabilidade no Legislativo.

O G-11 dominou as comissões e deixou apenas duas vagas em cada uma para a bancada governista. Parra será o presidente de Orçamento e Finanças. Marcel Munhoz (PPS), Fabio Soares (PSD) e Fabio Palacio (PR) discutem quem chefiará Justiça e Redação.

Pio Mielo (PT) e Eder Xavier (sem partido) foram eleitos para Justiça e Redação e Chico Bento (PP) e Roberto do Proerd (PMDB) em Finanças e Orçamento. Todos entregaram carta de renúncia ao presidente da Câmara. “As comissões estão incompletas. Não pode funcionar com três integrantes. O regimento diz isso. Vamos resolver esse caso na Justiça”, declarou Eder.

A situação da renúncia pode obstruir os trabalhos da Casa até que se chegue a um entendimento entre as bancadas. Isso porque o G-11 não teria ninguém para ocupar as saídas dos governistas das comissões, uma vez que cinco de seus aliados estão alocados na mesa diretora e os outros seis já integram os grupos. “No meu entendimento, não é necessário nova eleição. Se houver sobra de vereadores, eles podem ser indicados para integrar as comissões. Mas ainda vamos consultar o regimento e o setor jurídico sobre essa situação”, comentou Bottura. 




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