A expansão do faturamento, das horas trabalhadas e do emprego industrial no primeiro trimestre de 2008 foi a maior dos últimos cincos anos, na comparação com o último trimestre do ano anterior, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria). O faturamento, que mede as vendas reais, cresceu 1,8% em relação ao quarto trimestre de 2007. As horas trabalhadas subiram 2,1% e os postos de trabalho aumentaram 1,1% nesse período.

A boa notícia é que o aumento da produção não pressionou o nível de utilização da capacidade instalada da indústria, que recuou 0,1 ponto no primeiro trimestre.

Para o economista chefe da CNI, Flávio Castelo Branco, a forte atividade não elevou o uso do parque fabril porque houve maturação dos investimentos e ampliação da capacidade produtiva. Em março, o uso da capacidade instalada, com os ajustes sazonais, ficou em 83,1%.

A CNI destaca que a expansão do nível de ocupação industrial ocorre de forma concentrada. Somente o setor de veículos automotivos respondeu por 50% do crescimento registrado no trimestre.

Em março, o faturamento industrial caiu 0,5% em relação a fevereiro, interrompendo uma alta de sete meses consecutivos, o maior período de crescimento contínuo desde 2003. Na comparação com março de 2007, o faturamento subiu 1,7%, acumulando alta de 7,6%.

As horas trabalhadas tiveram queda de 0,3% em março contra fevereiro e alta de 3,6% em relação a março de 2007. No primeiro trimestre a expansão foi de 6%.

A CNI afirma que o recuo no faturamento e nas horas trabalhadas não deve ser considerado como uma quebra da tendência e atribuiu o resultado a um movimento de acomodação após meses consecutivos de crescimento.

O emprego industrial continuou a trajetória de alta e cresceu 0,3% em março sobre fevereiro e de 4,7% em relação a março de 2007. No acumulado do primeiro trimestre, os postos de trabalho na indústria aumentaram 4,9% em comparação ao primeiro trimestre de 2007.

A massa salarial acumula avanço de 6,8% nos três primeiros meses do ano. Apesar do forte ritmo do início de ano, apenas três setores respondem por 64,4% da expansão das vendas no trimestre: veículos, máquinas e equipamentos e metalurgia básica. "Estes segmentos são os motores do crescimento industrial no primeiro trimestre", afirmou Castelo Branco.