Linchado até ter choque hemorrágico. Essa foi a causa da morte do garoto Nicolas, 2 anos, no dia 12 em Ribeirão Pires, segundo resultado do laudo do Instituto Médico-Legal. Os principais suspeitos, indiciados por homicídio triplamente qualificado, após conclusão do inquérito policial, anteontem, são a mãe, a dona de casa Alessandra Pereira Silva, 22, e o padrasto, o pintor Valdenei Sabino Azevedo, 41, presos provisoriamente.

O laudo aponta que o garoto sofreu hematomas em diversas partes do corpo: lombar direito, peitoral esquerdo, nariz, olho, parte lateral do tórax direito e esquerdo, mão, além de edema e congestão encefálica. Foi constatada ainda ruptura traumática do baço, palidez visceral difusa (perda de sangue nos órgãos) e perda de 1.820 mililitros de sangue devido à hemorragia interna.

"Tudo indica que ele foi morrendo à míngua. A criança estava bastante judiada, com múltiplas lesões", destaca o delegado titular do Distrito Policial de Ribeirão Pires Marcos Pimenta. Apesar de os acusados negarem a autoria do crime, em depoimento, a mãe entrou mais em contradição, segundo o delegado, o que deu a entender que seria a culpada.

CASO

A morte de Nicolas ocorreu na madrugada do dia 12, mas Alessandra só pediu ajuda para o vizinho, o pintor Francismar Nunes de Almeida, 30, primo de Valdenei, por volta das 10h do dia 13. O garoto foi levado ao Hospital São Lucas já sem vida. Familiares do padrasto acusam o Conselho Tutelar de negligência, tendo em vista que a situação de maus-tratos ao garoto já havia sido denunciada. O caso é investigado pela Promotoria da Infância e Juventude.