O boxe amador se transformou em programa de família durante os três dias do Torneio das Estrelas, que serviu de seletiva para a Seleção Brasileira que brigará por vagas para a Olimpíada de Pequim a partir de março. A competição foi realizada de quarta à sexta-feira passada no Clube dos Engenheiros e Arquitetos do Grande ABC, na Vila Pires, em Santo André.

Homens e mulheres se aglomeraram junto ao ringue para ver 44 combates. Alguns estavam mais à vontade no local, como o gráfico José Carlos Vieira Pereira, de 52 anos. O andreense da Vila Pires sempre acompanhou pela TV os duelos de boxe profissional, mas assistiu um confronto ao vivo pela primeira vez na última sexta-feira.

"Sempre gostei de boxe e vim para apreciar as lutas. Fiquei surpreso com a qualidade técnica dos garotos", afirmou o gráfico, que levou o filho Carlos Matheus, de seis anos. Enquanto via os combates, o menino tentava imitar alguns golpes. A violência do esporte, porém, não incomoda Pereira e, para ele, não afeta o seu filho. "O boxe é um esporte organizado e não exibe violência gratuita", disse.

O aposentado Jair Cezarei, de 55 anos, também conseguiu arrastar a filha Érika, de 24, para ver um combate de boxe pela primeira vez. A estudante gostou do que viu. "Vim por curiosidade. No início, a pancadaria me assustou um pouco, mas, depois, quando vi os pugilistas se abraçando no final da luta, fiquei mais tranqüila", disse Érika, que mora no bairro Clube de Campo. Cezarei quis fazer um programa bem diferente com a filha. "Existem outros esportes no Brasil, não só o futebol", completou.

O professor Roberto Marçon, de 42 anos, também escolheu o Torneio das Estrelas como um programa familiar diferente. Nem precisou fazer muito esforço para convencer a esposa Cláudia, de 36 anos, e a filha Vanessa, de 17. "Gosto de todos os tipos de luta: boxe, kung fu, caratê e quis apreciar bons combates de perto", disse.