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Deficiente visual de Diadema briga pelo bi e sonha com o Para-Pan
Por Kati Dias
Do Diário do Grande ABC
30/12/2006 | 17:56
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O deficiente visual Sílvio Rezende, de Diadema, briga pelo bicampeonato da 82ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre. O atleta, que disputa a categoria B1 (menos de 3% de visão) deseja muito mais do que outra vitória. Ele quer se credenciar para defender o Brasil no Para-Pan, que ocorrerá após os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio.

"Eu já tenho índice, mas quero me firmar”, disse o maratonista, que anda chateado com a organização da São Silvestre. “Além de correr em um horário ruim (15h), nem teremos cerimônia de premiação. O troféu será mandado pelo correio”, explicou Silvio. Tadeu Cassebiano, que faz parte do comitê organizador da São Silvestre explicou que a cerimônia de premiação será apenas para os atletas de elite. “Isso é de praxe da competição e acontece há muitos anos”, disse Cassebiano. Ele ressaltou que não existe discriminação, já que os atletas amadores e crianças também recebem premiação pelo correio.

Mesmo assim, Sílvio pensa longe, muito longe. O fundista deseja mesmo é disputar a Paraolimpíada de Pequim, na China, em 2008.

O incentivo para correr veio por um acaso. Silvio correu por um campo de terra em Diadema com um amigo. “Ele me disse que eu tinha muita força e, se treinasse, poderia alcançar bons resultados”, explicou. Mas, em virtude da deficiência visual, Silvio não levou a sugestão do amigo a sério. O estímulo veio com o judoca Antônio Tenório, de São Bernardo, que é tricampeão paraolímpico.

O fundista perdeu a visão com oito anos em conseqüência de uma meningite e começou a correr profissionalmente em 2002. Embora treine como profissional, o atleta não se considera como tal, já divide os treinos diários no Sesi Theobaldo De Nigris,em Santo André, com o trabalho na secretaria de Esportes de Diadema.

O técnico Edelson Moreira da Silva explicou que um atleta portador de deficiência visual necessita de um guia. O que liga o atleta portador de deficiência ao guia é uma corda, que possui de 20 a 30 cm. “Além de guiar e proteger, ele é um grande incentivador do fundista”, disse Edelson. O anjo de Silvio é Eufrázio Ferreira Moreira, o Mancha. Ele será responsável por ajudar o corredor a brigar pelo seu segundo pódio consecutivo na São Silvestre.




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