Parceiro de chapa do hoje deputado federal Alex Manente (PPS) na corrida à Prefeitura de São Bernardo na eleição de 2012, o ex-vereador Admir Ferro (PTB) sinalizou que apoiará o parlamentar, que é pré-candidato ao Paço em 2016, independentemente de ser novamente escolhido como vice do popular-socialista.

Ferro citou seu ingresso no PTB – se filiou em agosto –, destacando que entrou para a legenda por saber que o partido caminharia com Alex no pleito do ano que vem. “Não existe candidatura a vice-prefeito, a pessoa é quem é escolhida. Existe um acordo para que o PTB apresente um nome e se for eu, irei com muito prazer”, discorreu o ex-parlamentar, que promoveu ontem à noite, ao lado da presidente nacional do PTB mulher, Marlene Campos Machado, ato de mobilização pela participação feminina na política.

Alex também compareceu ao evento. Em seu discurso, rasgou elogios aos petebistas, mas evitou cravar a reedição da chapa com Ferro. “Nós vamos definir o (candidato a) vice no momento oportuno. O PTB foi o primeiro partido a nos declarar apoio e isso traz um peso, mas vamos debater com todas as legendas”, frisou o popular-socialista, ao sugerir que o partido fará entre três e quarto parlamentares na disputa ao Legislativo.

Ferro deixou o PSDB em maio, alegando falta de oportunidade no partido para brigar para retornar ao comando do Paço municipal. Na ocasião, inclusive, se disse “preparado para ser candidato a prefeito”. Dois meses depois, entrou para o quadro de filiados do PTB já falando em apoiar a empreitada de Alex no processo de sucessão do prefeito Luiz Marinho (PT), que indicou seu secretário de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli (PT), para tentar garantir a permanência dos petistas na Prefeitura são-bernardense.

No ato de ontem, Ferro e Alex evitaram dar tom de pré-campanha, mas o deputado fez críticas ao PT e à “campanha milionária” de Marinho no pleito municipal passado. O popular-socialista também acusou o PT e o PSDB, de “atuarem juntos para inviabilizar” sua candidatura a prefeito.

CONTRA COTAS
Ao lado de Marlene, Ferro anunciou a criação de diretório feminino da legenda na cidade, mas disse ser contrário à existência da cota de 30% para mulheres na formação de chapas nas eleições por entender que “elas não precisam” de reservas garantidas em lei porque “precisam brigar por sua participação dentro dos partidos”.

O ex-parlamentar acabou levando puxão de orelha de Marlene, que explicou ao petebista a necessidade de reservar vagas para as candidaturas femininas e falou sobre a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) número 98, que define cotas para as mulheres nos Legislativos estaduais, municipais e federal – a proposta já foi aprovada no Senado e estacionou na Câmara dos Deputados. “Não adianta apenas termos cotas na chapa, é necessário que também tenhamos cadeira garantida e vamos brigar por isso”, discorreu Marlene, que é pré-candidata a prefeita da Capital.

Chamou também atenção a presença do vereador bispo João Batista (PTB), integrante da base de sustentação de Marinho.