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Marinho admite que usina não ficará pronta até 2016

Construção de equipamento para incineração do lixo foi promessa na campanha do prefeito de São Bernardo em 2008

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
18/12/2014 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), admitiu ontem que a usina de incineração de lixo do Alvarenga, prometida na campanha eleitoral de 2008, não sairá do papel antes de 2016, último ano de seu segundo mandato. A administração municipal culpa a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) pelo atraso. A previsão inicial era que a inauguração fosse feita até 2015.

Isso porque a Prefeitura depende da aprovação do Eia/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) por parte da Cetesb para que, depois, seja emitida a licença ambiental que autoriza o funcionamento do equipamento, cuja construção deverá custar entre R$ 350 milhões a R$ 450 milhões. O documento foi protocolado na companhia estadual em dezembro do ano passado, mas ainda está sob análise e não há prazo para retorno.

“Eu creio que não vou conseguir inaugurar a usina. Mas é possível terminar a remediação (do terreno onde antigamente funcionava o Lixão do Alvarenga, na Estrada dos Alvarenga) dentro do nosso governo, se a Cetesb não enrolar muito tempo”, admitiu o prefeito.

Mesmo assim, o petista garante que a usina será construída. “São caminhos que não têm volta. Até porque a empresa tem obrigação contratual de fazer a obra. Pode demorar um pouco mais, um pouco menos, mas tem obrigação, sob pena de rompimento de contrato”, ameaça.

Apesar do atraso, o chefe do Executivo considera positiva a atuação da Prefeitura diante do imbróglio. “Acredito que não dá mais tempo de cortar a fita, mas nossa responsabilidade é iniciar o processo e não empurrar para depois porque não vai dar tempo de eu inaugurar”, avalia.

A obra será feita pelo consórcio SBC Valorização de Resíduos (composto pelas empresas Revita e Lara), que assinou em 2012 contrato no valor de R$ 4,3 bilhões com o município. Além da construção da usina, o grupo também é responsável pelo serviço de limpeza pública da cidade, como varrição de ruas e coleta seletiva.

O projeto prevê que o equipamento tenha capacidade para incinerar diariamente cerca de 720 toneladas de resíduo, o equivalente a toda produção atual de lixo no município. Hoje, 100% desse material é enviado a aterro particular localizado em Mauá.

A queima irá gerar 17 megawatts/hora de energia elétrica, quantidade suficiente para atender toda a demanda de iluminação pública na cidade. O equipamento funcionará ao lado do antigo lixão. A área vizinha dará lugar a um parque.

Prefeitura entrega central de triagem de materiais recicláveis

Foi entregue ontem a segunda central de triagem de materiais recicláveis de São Bernardo, localizada no bairro Cooperativa. Com investimento de R$ 4,1 milhões, o equipamento terá capacidade para triar 100 toneladas de lixo por dia. Juntos, os dois galpões da cidade empregam 110 trabalhadores.

Segundo o prefeito Luiz Marinho (PT), o número de catadores deve aumentar, já que a demanda vem crescendo. O petista informa que, no ano passado, a média mensal de coleta seletiva era de 120 toneladas. “Neste mês, em apenas 15 dias, já chegamos a 350 toneladas. Vamos chegar a 780, com tendência de alta.” 




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