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Indústria tem uso recorde da capacidade instalada
04/09/2008 | 07:08
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Novos indicadores econômicos divulgados na quarta-feira, agora pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), comprovam o forte crescimento da indústria em julho, o que é "especialmente relevante por ocorrer sobre uma base de comparação muito alta", reforça a CNI.

Conforme a entidade, em julho a utilização da capacidade instalada da indústria de transformação atingiu 83,5%, nível recorde desde o início da série histórica, em 2003. Em junho o nível do uso da capacidade havia sido de 83,3% e, em julho do ano passado, 82,5%.

O faturamento real da indústria de transformação cresceu 0,2%, na comparação com junho, e subiu 13,2% na comparação com igual mês de 2007, segundo a CNI. No acumulado dos primeiros sete meses, o faturamento real teve expansão de 9%, em relação a igual período do ano passado.

As horas trabalhadas na indústria tiveram alta de 0,5% em julho ante junho. Na comparação com julho de 2007, as horas trabalhadas subiram 7,2%. No acumulado do ano, tiveram expansão de 6,1%.

O emprego na indústria, por sua vez, subiu 0,6% no mês. Na comparação com doze meses antes, o emprego subiu 4,4%, mesmo índice do acumulado do ano. A massa salarial real subiu 3,5% em julho, ante junho. Esse indicador foi divulgado sem ajuste sazonal. Na comparação com julho de 2007, a alta da massa salarial foi de 5,7% e no acumulado do ano, 5,6%.

MATURAÇÃO - Apesar do recorde no nível do uso da capacidade instalada, o economista da CNI Paulo Moll disse que o crescimento é moderado, diante da "expansão intensa" das horas trabalhadas e do emprego na indústria. Segundo ele, isso significa que está havendo maturação dos investimentos, ou seja, expansão do parque fabril.

Embora reconheça que a utilização da capacidade instalada está em nível alto, Moll considera que este indicador é um fator de estímulo para mais investimentos por parte dos empresários. "A primeira condição para investimento é o empresário perceber que precisa realizá-lo. Com a UCI (Uso da Capacidade Instalada) em 83,5%, o empresário percebe que precisa investir", disse Moll, que lembrou que há um volume forte de investimentos realizados no passado que estão em fase de amadurecimento. O economista da entidade destaca também que, apesar do aumento do uso da capacidade instalada, não está ocorrendo alta nos preços industriais.

INVESTIMENTO - O economista chefe da CNI, Flavio Castello Branco, disse que "com toda a certeza é preciso mais investimentos". Porém, em relação à questão da taxa de juros do Banco Central, ele ponderou que é preciso avaliar, diante da dinâmica da inflação, que há sinais de que a política monetária talvez não precise ser tão apertada no horizonte de longo prazo. "O objetivo do BC não é reduzir o crescimento, mas sim manter a inflação baixa", disse.

Economia de São Paulo impulsiona indicadores do País

A economia de São Paulo chegou a 2008 com vigor renovado e está impulsionando todos os bons indicadores nacionais. Somente no caso da produção industrial, o crescimento paulista no primeiro semestre esteve 56% acima da média nacional, a maior distância do Estado para a média do País apurada na pesquisa do IBGE desde o início da série, em 1992.

Os dados paulistas estão acima da média também no emprego metropolitano, no emprego industrial e no varejo.A diversidade da economia paulista, o aumento da massa salarial na região e o fato de que o Estado tem destaque nos setores que estão puxando a indústria nacional são os principais motivos apontados para a liderança regional no crescimento brasileiro.

No caso específico da indústria, enquanto a média do Brasil mostrou uma expansão de 6,3% no primeiro semestre, no caso de São Paulo chegou a 9,8%. Hoje, o IBGE vai divulgar os dados regionais da indústria de julho, que devem confirmar a expansão do Estado acima da média.

A economista da coordenação de indústria do IBGE, Isabella Nunes, comentou, sobre os resultados de São Paulo no primeiro semestre, que o Estado vem puxando a indústria nacional não apenas pelo peso (40% do total da produção do País), mas também pela boa performance.

Isabella explica que São Paulo tem uma indústria bastante diversificada e que se destaca em segmentos que têm tido maior impacto no desempenho nacional. "Em qualquer corte temporal a indústria paulista está acima da média (nacional), porque os segmentos que estão impulsionando o setor industrial no País são muito fortes em São Paulo", disse.

No primeiro semestre, os principais impactos positivos no resultado da indústria paulista foram apurados em veículos automotores e máquinas e equipamentos, ou seja, bens duráveis e bens de capital, que estão liderando o crescimento industrial no País.




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