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População de Mauá critica troca de ônibus em cinco linhas

Veículos estão em mau estado de conservação; frota usada é de viação que faliu na Capital

Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
27/10/2013 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Mudanças na operação de cinco linhas de ônibus municipais de Mauá desagradaram os passageiros. No dia 19, a empresa Suzantur assumiu parte dos itinerários depois que a Prefeitura rescindiu os contratos com a Leblon e a Viação Cidade de Mauá. A contratação foi feita de forma emergencial. A equipe do Diário fez oito viagens em quatro itinerários na tarde de sexta-feira e constatou diversos problemas, como superlotação, frota mal conservada e sinalização ruim.

Todos os coletivos usados pela Suzantur eram da empresa Oak Tree, que prestava serviços na Zona Oeste da Capital e encerrou as atividades em setembro. Os veículos são adaptados para atender ao padrão da SPTrans, com catraca no meio do ônibus – e não na parte dianteira – e portas do lado esquerdo, em razão da configuração dos corredores exclusivos de São Paulo. Como Mauá não possui pontos de parada do lado esquerdo, as portas ficam ociosas, o que representa perigo para os usuários. É comum ver passageiros sentados nos degraus durante as viagens. Do lado direito, são apenas duas portas, enquanto os ônibus convencionais da Leblon e Cidade de Mauá possuem três. Com um acesso a menos, o embarque e desembarque ficam mais demorados.

Os veículos foram colocados de forma improvisada para a circulação em Mauá. As placas são da Capital. Dentro do coletivo, ainda há folhetos da SPTrans e e-mail para contato da Oak Tree.

Por exigência da gestora do transporte em São Paulo, os ônibus possuem velocímetro visível aos passageiros. Em dois dos coletivos visitados o equipamento não funcionava. Outro problema é a falta de acessibilidade para deficientes físicos. Nenhum dos veículos em que a equipe do Diário embarcou possuía elevador para cadeirantes.

Do lado de fora, mais falhas. A sinalização é mal feita, o que confunde os usuários. O coletivo 03-018 possuía papel manuscrito indicando que o veículo prestava serviço para a linha Zaíra Radial. No entanto, o painel na parte superior ainda apresentava o número 7282, referente ao itinerário operado na Capital. O prefeito Donisete Braga (PT) reconhece a situação, mas promete melhorias “nos próximos dias”.

Passageiros das cinco linhas afetadas pela substituição reclamam da qualidade. “Já era ruim. Conseguiram piorar. Mauá merece respeito, e isso que colocaram para a gente é desumano. A Prefeitura tem sua parcela de culpa, pois deveria exigir excelência por parte das operadoras”, avalia o ajudante de home care Thiago Aparecido Silva, 26 anos.

“Na linha 041, da Vila Mercedes, tinha ônibus articulado, e agora é normal. Está superlotado. Passei mal no primeiro dia da Suzantur”, lamenta a operadora Ana Cláudia Ferreira, 23.

 

Prefeito admite problema e promete solução

O prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), reconhece os problemas na operação da Suzantur, mas afirma que a situação do Transporte na cidade será melhorada “em breve”. O chefe do Executivo pretende lançar até novembro nova licitação para o serviço de ônibus municipais.

“Tem uma certa precariedade, que estamos pedindo para que a empresa corrija nos próximos dias. Isso é um elemento necessário para que possamos apontar para a construção de um novo modelo. Não dá para o emergencial ser pior”, comenta Donisete.

Segundo o petista, o edital do novo certame irá exigir frota modelo 2014 e será compatível com as necessidades do município.

No dia 18, a Prefeitura publicou a rescisão contratual com as empresas Leblon e Cidade de Mauá. A justificativa foi a existência de supostas irregularidades na operação das companhias, que teriam invadido o sistema eletrônico de arrecadação de receitas adquiridas por meio do Cartão DaHora.

Liminar garante a permanência da Leblon no Lote 2. No Lote 1, a Viação Cidade de Mauá permanece operando depois de requisição do juiz Rosselberto Himenes, do Tribunal de Justiça do Amazonas. O magistrado argumenta que o grupo de empresas do qual a Cidade de Mauá faz parte – e que possui companhias naquele Estado – está em recuperação judicial, e que a interrupção do serviço iria prejudicar esse processo. 




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