Levantamento do Consórcio prevê necessidade
de 7.000 profissionais para suprir a demanda
Estudo preliminar feito pelo Consórcio Intermunicipal aponta deficit de 3.000 médicos nas redes municipais, estadual e particulares do Grande ABC.
A diferença tem como base o índice do Reino Unido de médicos por mil habitantes, que os sete prefeitos querem adotar na região. Na Grã-Bretanha, são 2,7 profissionais a cada mil cidadãos.
O Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) diz que o Grande ABC tem 4.000 médicos cadastrados. A média regional é de 1,6 profissional por mil habitantes, número inferior ao volume nacional, de 1,8. Para atingir a referência do Reino Unido, a região precisaria de 6.750 médicos. Com 7.000 profissionais (4.000 no cadastro do Cremesp mais 3.000 da defasagem) à disposição, o índice regional seria de 2,8.
A região forma, por ano, 100 médicos, na FMABC (Faculdade de Medicina do ABC). Hipoteticamente, para alcançar os números pretendidos pelos prefeitos, seriam necessários 30 anos. A FUABC (Fundação do ABC) estuda abertura de curso de Medicina em São Bernardo.
Dados do Ministério da Saúde mostram que o Grande ABC possui 2.680 equipamentos de Saúde cadastrados no sistema da União. Desse total, são 47 hospitais (contando municipais, estaduais e particulares), 148 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e 17 UPAs (Unidades de Pronto Atendimento 24 horas).
Ontem, os prefeitos se reuniram para disciplinar o trabalho dos profissionais de Saúde nas sete cidades. O principal objetivo é equiparar salário dos médicos, para evitar a guerra para reposição dos quadros de cada Prefeitura.
Foram debatidas também regras das jornadas de médicos que atuam em diversas cidades do Grande ABC, extensão de punições aplicadas a um profissional de determinado município e abertura para o trabalho de estrangeiros.
Além de fixar o deficit de médicos, o levantamento pretende apontar vencimentos médios dos profissionais, considerando a capacidade financeira de cada administração.
Vice-presidente do Consórcio, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), reconheceu a defasagem, mas evitou quantificar o deficit de profissionais. “Ainda estamos fechando com as Prefeituras para termos o número exato.”
Segundo o chefe do Executivo diademense, o colegiado reclamou de ausência de médicos generalistas e pediatras, principalmente em bairros mais periféricos.
Para tentar solucionar o problema, de acordo com Lauro, todos os prefeitos se mostraram favoráveis à contratação de médicos estrangeiros. Ele citou Cuba, Espanha e Portugal como referências. “Defendemos (a admissão) nos padrões de qualidade do Ministério da Saúde.”
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.