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Tecnologia para voltar a andar
Thais Fernandes
Ciência Hoje/RJ
02/11/2009 | 07:05
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Divulgação


Próteses robóticas conectadas diretamente ao cérebro permitindo que pessoas com algum tipo de lesão voltem a se movimentar. Não é ficção, mas um projeto cujo esboço acaba de ser apresentado para a comunidade científica.

O sistema está sendo desenvolvido pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, da Universidade Duke (Estados Unidos) e do Instituto Internacional de Neurociências de Natal. Em 2008, Nicolelis conseguiu que os sinais cerebrais emitidos por uma macaca enquanto ela caminhava ereta em uma esteira nos Estados Unidos fossem usados para comandar os movimentos de um robô humanoide no Japão. Os sinais foram transmitidos através de uma conexão de internet de alta velocidade.

"O tempo entre o pensamento do macaco e o movimento do robô foi de 25 milissegundos, menor do que o tempo que o nosso cérebro leva para movimentar a tíbia", afirma o pesquisador.

Esqueleto externo - O conhecimento sobre a interface entre cérebro e máquina obtido nas experiências com macacos é a base para a criação de uma ‘roupa' que vai permitir que pessoas com paralisia possam voltar a caminhar apenas com a força de seu pensamento. Para isso, eletrodos implantados no cérebro emitiriam sinais para um dispositivo, que, então, os retransmitiria para a veste. Esta, por sua vez, faria as pernas e os braços do paciente se moverem, funcionando como uma espécie de esqueleto externo.

"Será possível realizar continuamente e em tempo real os desejos motores que o cérebro continua a ter", resume o neurocientista.

Nicolelis também destaca o desejo de que a primeira pessoa a usar a veste e se beneficiar de seu trabalho seja um brasileiro.

A veste está sendo desenvolvida pelo pesquisador Gordon Cheng, dos Laboratórios de Neurociência Computacional em Kioto, no Japão, o mesmo criador do robô humanoide comandado pelo macaco na experiência de 2008.




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