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Estamos colocando a casa no eixo, diz novo gestor do São Caetano

Manoel Sabino Neto diz ter encontrado clube com R$ 70 mi em dívidas e 123 ações trabalhistas

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
03/10/2021 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


Cinco meses se passaram desde que o empresário Manoel Sabino Neto assumiu a gestão do São Caetano e a primeira missão vem sendo cumprida: “estamos colocando a casa no eixo”, diz ele. O motivo: encontrou um Azulão afundado em dívidas e processos trabalhistas. Nada menos do que R$ 70 milhões em débitos e 123 ações, praticamente todas por falta de pagamento de salários. “Praticamente todo mundo que trabalhou nos últimos anos, processou.”

O cenário não era exatamente desconhecido por Sabino e a nova gestão. No entanto, algumas situações fizeram com que o mandatário do futebol azulino ficasse bastante chateado. “Quando a gente assumiu, já sabia do número (valor da dívida) e que apareceria muita coisa. Infelizmente não estamos errados, a cada dia aparece uma novidade, tudo ocasionado por má gestão, pelos mais diversos problemas. O que a gente vem fazendo é revertendo, tratando o São Caetano como empresa. A marca deve ser respeitada e valorizada. Desde o início da gestão, não houve nenhum tipo de atraso com funcionário ou prestador, estamos resgatando credibilidade, com pé no chão, sem aventureiro. Então já estancamos”, salienta.

Dos 123 processos trabalhistas, cerca de 40 o São Caetano perdeu à revelia, ou seja, por falta de contestação. “Simplesmente abriu mão, nem mesmo se defendeu”, esbraveja o gestor. “E Então colocamos time de advogados competentes, levantando todos os processos, estamos com cerca de 37 parcelados, 18 quitados e trabalhando nos demais.”

Para ter fôlego nas contas, a aposta dessa nova gestão está na lapidação de talentos nas categorias de base, para que possam ajudar no profissional ou negociar e reverter alguma cifra aos cofres do Azulão. “Acredito na nossa capacidade em formar e descobrir craques sem a necessidade de assumir pagamentos astronômicos. Na Série A-1 (de 2021), mesmo com tudo o que estava enfrentando (processos e dívidas), ainda assim tinham jogadores com salários de R$ 25 mil, R$ 30 mil. Mesmo devendo para meio mundo, jogadores com estes salários, não dá”, cita.

De acordo com Manoel Sabino Neto, o São Caetano já conta em suas categorias de formação com “sete joias raras”. “São destaques do nível de Mateusinho e Nonato (revelados no clube e vendidos, respectivamente, para Grêmio e Inter). É tradição do São Caetano atrair jovens de potencial para serem deslanchados. Vamos centralizar para que possam conseguir desenvolver sua categoria, com os melhores profissionais, suplemento, para que haja benefício ao clube e ao futuro do próprio jogador, que chegou em busca de sonho e que possa seguir carreira da melhor forma.

NOVA SEDE ADMINISTRATIVA
Entre as ações extracampo, a gestão de Manoel Sabino Neto resolveu atender a um pedido de longa data da Prefeitura: tirar os administradores do futebol de dentro da sede social da AD São Caetano. E é por isso que, nos próximos dias, a São Caetano Futebol Ltda. vai inaugurar um novo espaço para alocar os gestores.

“Separamos a empresa da AD, então o futebol está saindo da sede social. Alugamos local em frente ao estádio. É exigência antiga do poder público que sede da Ltda não estivesse em prédio do poder público, em área pública. É para mostrar que estamos repaginando o São Caetano, deixar claro que está diferente. Vamos seguir usando o brasão. Estaremos separados, mas parceiros”, revelou Sabino.

CENTRO DE TREINAMENTO
O mandatário azulino afirmou que tem bom diálogo com o prefeito Tite Campanella (Cidadania), que permitiu que o time (tanto base quanto profissional) utilize três campos municipais, além do Estádio Anacleto Campanella. Por outro lado, Manoel Sabino Neto admite querer construir um centro de treinamento para o Azulão. “Este é um grande problema. Estamos monitorando locais. Dentro da cidade, não há nenhuma área disponível para um CT completo”, lamentou o gestor, que admite a possibilidade de erguer estrutura em outra cidade. “Não é de nosso gosto, mas se não houver o que fazer, vamos buscar o mais próximo possível.”

MC LIVINHO
O cantor foi uma das contratações da nova gestão para a disputa da Copa Paulista. Aos 26 anos, ele tinha o sonho de jogar profissionalmente e realizou justamente com a camisa azulina, causando grande repercussão na mídia e também colaborando com o time em campo, objetivos principais desta parceria entre as partes,

“Para o São Caetano, não adianta ter bons craques se não tiver também valorização da marca. A presença do Livinho ajudou a colocar o São Caetano na mídia novamente, espontaneamente, mas costumo dizer que essa exposição tem dois lados: despertar ascensão para o lado positivo, mas pode causar um lado negativo se não fizer bom trabalho”, adverte o dirigente, que vê possibilidade de o artista seguir carreira no esporte. “A princípio, quando alinhamos, era para que pudesse realizar o sonho dele e por entender que tem potencial, então acertamos só até o fim da Copa Paulista. Depois, deve seguir a carreira na música, mas não sabemos o dia de amanhã, pode despertar o interesse em continuar jogando e vamos ver.”

UNIFORME
Em busca de parceiros e patrocinadores, a diretoria se colocou à disposição de ouvir propostas, mas não quer repetir ações de gestões passadas. “Nosso uniforme hoje não tem patrocínio porque estamos esperando, em busca de um grande parceiro. Antigamente parecia grande abadá e em troca de qualquer troco davam espaço. Agora, ao invés de ir atrás de investidor, queremos desperte interesse”, conclui. 




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