Setecidades Titulo Na Vila Mussolini
Barris são encontrados em
área contaminada em S.Bernardo

Material foi descoberto durante obra em terreno onde a empresa Adrizylm pegou fogo em 1988

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
04/05/2021 | 00:01
Compartilhar notícia
Divulgação


Pouco mais de sete meses depois que o Diário noticiou a construção de um empreendimento em área de contaminação, na Vila Mussolini, em São Bernardo, a escavação do local revelou que, por baixo da terra, o solo mantinha barris, provavelmente com produtos químicos enterrados desde meados de 1988, quando a empresa Adrizylm, que estava instalada no endereço, pegou fogo em sua totalidade e tornou o espaço impróprio para utilização.

Moradores do bairro flagraram a retirada dos barris durante a obra do alicerce do empreendimento e cobram do poder público medidas para barrar a construção ou, então, apresentar laudos que comprovem que a contaminação não existe e, portanto, não acarretará em agravos de saúde para a população local.

Morador da Rua Rodolfo Crespi, o supervisor geral Márcio de Oliveira Gomes Penezi, 43 anos, reclama da falta de transparência sobre a situação do terreno. “Nos deparamos com a extração de tambores do subterrâneo da empresa. Estamos sem informações adequadas para saber se esse empreendimento de grande magnitude pode ser construído”, reclamou.

Penezzi contou que, além da possível contaminação do solo, há ainda a questão de que o empreendimento é maior do que o bairro comportaria. Segundo ele, há pouco mais de um ano a população local realizou levantamento urbanístico da área, apresentado à Prefeitura, explicando os problemas que o condomínio poderia acarretar, sobretudo no trânsito, já que o prédio terá 336 unidades habitacionais e aumentará em cerca de 30% o número de imóveis do bairro. No laudo, além de fotos e mapas, os moradores destacam o fato de o empreendimento se opor à Lei de Zoneamento e Parcelamento de Solo de São Bernardo, já que será construído em área de 4.170 metros quadrados, porém, conforme consta no próprio anúncio do condomínio, a incorporadora está construindo 33 mil metros quadrados de área.

A professora aposentada Olívia Rosana, 61, é moradora da Rua Marechal Badóglio há 38 anos e garante que viu de perto todo o incêndio na Adrizylm. “Depois de tudo que aconteceu, nossa esperança era que houvesse beneficio para a comunidade do entorno, e o que estamos vendo é que teremos um problema que vai piorar todo o trânsito e, além disso, agora vimos que estão retirando tonéis de produtos químicos que estavam enterrados. Quanto isso vai prejudicar as pessoas que podem vir a morar nesse terreno?”, indagou a moradora.

Questionada, a Prefeitura informou que o empreendimento possui alvará de construção expedido, com validade até outubro de 2022. Em nota, a administração municipal disse que “a aprovação do projeto e a obtenção do documento estão condicionadas ao cumprimento de todas as legislações afetas e vigentes.”




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;