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Estado frustra planos da região em aumentar a flexibilização

Mudanças nos critérios deixam Grande ABC distante de atingir meta de números de mortes e internações

Aline Melo
Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
29/08/2020 | 07:36
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DGABC


A revisão nos critérios do Plano São Paulo, anunciada ontem pelo governador João Doria (PSDB), em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, na Capital, deixou o Grande ABC mais distante da Fase 4 (verde) do programa que normatiza a flexibilização da quarentena. Agora, para que a região avance de nível, precisa ter, no máximo, 40 internações e cinco mortes a cada grupo de 100 mil habitantes no período de 14 dias. Atualmente, os números das sete cidades estão bem distantes do ideal. Segundo dados do Estado, a taxa de internação é de 70,8 e, a de óbitos, de 7,4.

Para que consiga atender a estes dois critérios, o Grande ABC precisa ter, em média, até 1.124 internações por dia e, no máximo, dez mortes em 24 horas. Segundo dados do Estado, ontem eram 1.654 pessoas internadas nas sete cidades da região. Já os boletins epidemiológicos enviados pelas prefeituras apontam média diária de óbitos sempre superior às dez que seriam necessárias para atender a exigência do governo estadual (veja a evolução dos números da pandemia na arte ao lado).
“Dentre as 22 regiões que são delimitadas pelo Plano São Paulo, 11 destas têm uma taxa inferior a 40 internações por 100 mil habitantes, índice este que mede a intensidade da pandemia naquele território”, afirma o Secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi.

No momento, todo o Estado se encontra nas fases 3-laranja (22% da população) ou 2-amarela (88% da população). Nenhuma região regrediu na classificação em relação à última atualização, divulgada dia 21. A Fase 4 é ainda menos restritiva e a última antes de ser restabelecido o novo normal. Nela os estabelecimentos comerciais poderiam ter até 60% da capacidade – atualmente este limite é de 40% –, além de facilitar a retomada de eventos, convenções e atividades culturais abertas ao público.

Assim como o Grande ABC, a Capital também tem no número de internações e na taxa de morte a cada 100 mil habitantes os itens que não permitem o avanço para a Fase 4. Mas a situação da cidade de São Paulo é um pouco melhor, já que no levantamento de ontem a taxa de internações era de 58,2 e a de mortes, de sete a cada 100 mil habitantes.

O prefeito Bruno Covas (PSDB) disse ontem que projeta o ingresso da Capital na Fase 4 do Plano São Paulo até o dia 10 de outubro. “Considerando todos os cinco indicadores que o governo leva em consideração para analisar em que fase uma região se encontra, a expectativa é que estejamos com todos podendo ser classificados na fase verde entre os dias 20 de setembro e 10 de outubro”, projetou ontem, durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes. 




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