Política Titulo Quer cassação de prefeito
Autor de impeachment foi assessor de vereador
Junior Carvalho
31/01/2019 | 06:28
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Autor de um dos pedidos do impeachment do prefeito preso de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), Davidson Rodrigues de Souza (PSL) possuiu ligação com um dos vereadores responsáveis por analisar denúncia contra o socialista. Em 2017, ele foi assessor no gabinete de Sinvaldo Carteiro (DC), presidente de uma das comissões processantes.

Entre março e junho daquele ano, Davidson atuou como assessor de relações comunitárias no gabinete de Sinvaldo. Sua nomeação foi publicada em 22 de fevereiro do ano retrasado, sob matrícula 192.

Sinvaldo, ex-chefe de Davidson, não integra a comissão responsável por analisar a denúncia do ex-assessor. Porém, o Diário apurou que, embora independentes e composta por representantes distintos, as duas comissões têm encaminhado decisões de forma conjunta.

A diferença entre uma e outra é que a peça protocolada por Davidson acusa o prefeito preso de cometer crime de responsabilidade ao se afastar do cargo por mais de duas semanas (devido à prisão) sem pedir aval da Câmara. Já a outra, de autoria do PT de Mauá, sustenta quebra de decoro por parte de Atila com base nas denúncias da PF (Polícia Federal) de que o prefeito recebia propina de empresas fornecedoras do Paço – 21 dos 23 vereadores também são acusados pela PF de receber Mensalinho do socialista em troca de apoio ao governo. Eles negam.

A denúncia protocolada por Davidson já havia sido motivo de questionamentos. Pai do prefeito, o vereador Admir Jacomussi (PRP) pediu ao presidente da Câmara, Vanderley Cavalcante da Silva, o Neycar (SD), que derrubasse a peça porque o documento estava envolto de informações falsas, segundo ele. No pedido, Davidson cita textualmente que é presidente do PSL mauaense, mas não é. Além disso, também informa como sendo seu endereço pessoal o local onde estava cadastrado o diretório do partido na cidade, que sequer está ativo por falta de prestação de contas.

Davidson foi procurado, mas não atendeu aos contatos do Diário. Questionada sobre possível suspeição do pedido devido à ligação do denunciante com os parlamentares, a Câmara também não se manifestou. 




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