Política Titulo Operação Tritão
Justiça decreta prisão preventiva de empresário de São Caetano

Mário Jorge Paladino foi detido pela PF durante operação contra fraudes no Porto de Santos

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
10/11/2018 | 07:00
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Banco de Dados/DGABC


O juiz Roberto Lemos Filho, da 5ª Vara Federal de Santos, no Litoral, converteu em preventiva a prisão do empresário Mário Jorge Paladino, de São Caetano. Proprietário da MC3 Tecnologia e Logística, ele foi detido no dia 31 pela PF (Polícia Federal), no âmbito da Operação Tritão.

Na ocasião, foi desmontado esquema de fraudes em licitação na Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), estatal federal que administra o Porto de Santos, no Litoral. Além de Paladino, outros seis detidos tiveram a prisão preventiva decretada, incluindo o então presidente da Codesp, José Alex Botelho de Oliva.

Em sua decisão, o magistrado cita que a soltura do ex-dirigente da estatal poderia interferir nas investigações devido ao seu “poder político e econômico relevante”. O juiz federal também destacou que há registros de tentativas de coação contra advogados da companhia para atuar “não conforme às normas de regência”.

Lemos salientou que a polícia ainda não concluiu o exame de todo o conteúdo apreendido pela PF no dia em que deflagrou a Operação Tritão. “Temo que esses elementos, de forma inequívoca, revelem o grande poder político e financeiro ostentado pelos representados, sendo certo que até mesmo os que deixam de ocupar cargos da Codesp poderão influenciar de forma prejudicial os trabalhos sendo desenvolvidos pela Polícia Judiciária. Não é demasiado inferir que, em liberdade, poderão intimidar testemunhas que terão que ser ouvidas após a conclusão da análise das provas”, diz trecho da decisão.

OPERAÇÃO
As investigações que culminaram na Tritão iniciaram quando vazou um vídeo em que Mário Jorge Paladino foi citado pelo então assessor do presidente da Codesp, Carlos Antonio de Souza – também detido na semana passada e, desde ontem, preso preventivamente. Nas imagens, ele aparece relatando negociação de um contrato de digitalização de documentos para a estatal. “Eu percebi que não tem nada digitalizado, peguei o Mário Jorge... o Mário Jorge, tá... Um contrato de R$ 80 milhões de digitalização, já fiz TR (Termo de Referência) e daqui uns 15 dias estará na rua”, afirma o assessor no vídeo. No mesmo mês, a Codesp assinou contrato de R$ 7,3 milhões com a MC3 e, depois, assinou aditivo do acordo no valor de R$ 3,4 milhões.

Tanto o empresário de São Caetano quanto os demais envolvidos responderão pelos crimes de associação criminosa, fraude a licitações, peculato e corrupções ativa e passiva. A MC3 manteve e ainda mantém contratos com a Prefeitura de São Caetano e com as autarquias da cidade desde 2009, na segunda gestão de José Auricchio Júnior (PSDB). 




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