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Fórmula 1 fica mais 'alegre' com entrada de grupo norte-americano na organização
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03/09/2017 | 06:00
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A tradicional e europeia Fórmula 1, quem diria, aos poucos se torna mais norte-americana e inovadora. A compra da categoria no fim do ano passado pelo grupo Liberty Media, dos Estados Unidos, pelo equivalente a R$ 27 bilhões começa a mostrar diferenças principalmente em um âmbito pouco explorado anteriormente: a interação com os fãs ao redor do mundo.

O GP da Itália, neste domingo, em Monza, será a grande oportunidade de a nova visão dos donos ficar mais aparente. A fanática torcida da Ferrari vai lotar o autódromo para apoiar o alemão Sebastian Vettel, ocasião propícia para os novos donos continuarem o trabalho de aproximação entre o circo da Fórmula 1 e o público.

A saída do antigo chefe da categoria, Bernie Ecclestone, pela entrada de uma empresa norte-americana da área de comunicação tem apresentado diferenças na gestão da categoria. Os novos donos trazem principalmente um viés norte-americano de lidar com o esporte, mais voltado à transformação da disputa como espetáculo e entretenimento. As redes sociais da categoria começaram neste ano a exibir vídeos, por exemplo.

O grande momento desse processo teve início no GP da Espanha, a primeira etapa europeia do calendário. Os organizadores montaram uma espaço para o público com simuladores e tirolesa. Na mesma prova, um garoto francês de seis anos chorou ao ver o finlandês Kimi Raikkonen sair da prova. O departamento de marketing realizou logo depois um encontro entre fã e piloto da Ferrari, filmado na transmissão.

Em julho, em Londres, a Fórmula 1 levou ao centro da capital da Inglaterra cerca de 100 mil pessoas para uma exibição dos carros do grid, junto com modelos antigos da categoria. "A mudança é trazer o lado humano para perto da torcida, que é o jeitão americano de fazer. Eles querem promover o lado humano, que sempre ficou ofuscado", afirmou Luciano Burti, comentarista e ex-piloto.

A TV Globo, emissora oficial da Fórmula 1, afirmou ter registrado neste ano em São Paulo 10 pontos da média parcial de audiência das corridas, a maior dos últimos cinco anos. Estudos contratados pelo canal mostram que a categoria é o esporte que mais cresceu nas mídias sociais em 2017.

Por outro lado, o promotor do GP do Brasil, Tamas Rohonyi, vê com cautela essas mudanças. "Ainda não acho que eles entenderam a complexidade do negócio. A Fórmula 1 é extremamente complicada e resistente a mudanças. Não veremos grandes alterações na forma de disputa", disse.




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