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Calote faz Eletropaulo cortar luz de prédios públicos em Sto.André

Eletropaulo interrompeu energia de quatro
equipamentos; medida é equivocada, diz governo

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
22/11/2016 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Falta de pagamento de faturas da AES Eletropaulo provocou ontem o corte do fornecimento de energia elétrica de quatro equipamentos públicos de Santo André, comandada pelo prefeito Carlos Grana (PT). A interrupção foi executada pela manhã no Estádio Bruno Daniel, no Complexo Esportivo Pedro Dell’Antonia, na unidade da Secretaria de Serviços Urbanos, que serve de depósito de materiais, fixada na Rua Tamarutaca, e em prédio administrativo instalado na Avenida Capitão Mário Toledo de Camargo. Dentre os valores em atraso, há boletos vencidos desde maio, de acordo com dados da empresa. Informações do Portal da Transparência do Paço indicam que a dívida acumulada chega R$ 5,396 milhões.

A AES Eletropaulo não confirmou o passivo total devido pela Prefeitura. “A empresa não abre o valor”, afirmou, ao admitir que a administração municipal buscou ajustes no sentido para sanar o problema financeiro, mas “não tem cumprido com o (termo) acordado e o saldo vem crescendo significativamente”. Diante do vencimento, os clientes públicos são avisados dos débitos. Conforme resolução da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), após decorrido o prazo de 15 dias da notificação – geralmente, realizada em um mês –, a cidade fica passível de corte por parte da concessionária. Portanto, o período de tramitação dura ao menos 45 dias.

Com a suspensão da prestação do serviço de fornecimento, servidores dos locais mencionados foram obrigados a trabalhar no improviso, à luz de velas na maioria dos casos. Alguns funcionários, a exemplo do ocorrido no Brunão, tentaram impedir a equipe do Diário de registrar a situação. Houve relatos de pessoas que, perante as circunstâncias, tiveram de comer marmita fria e tomar banho gelado, como aconteceu no depósito da Prefeitura – espaço serviu no início da gestão petista para abrigar, temporariamente, a escultura do artista plástico Luiz Sacilotto, nomeada Concreção 005. Outros colaboradores simplesmente ficaram no escuro durante a empreitada, aguardando dados sobre o impasse.

O governo petista possui extensa lista de fornecedores com atraso de repasse, sob justificativa da acentuada queda na arrecadação do município e a crise econômica no País. A dilatação de pagamentos, em média, atinge de cinco a seis meses série de empresas que estão sem receber pelo trabalho, assim como no episódio atual constatado da concessionária. O governo tem usado expediente de quebra da ordem cronológica para evitar agravamento do prejuízo. O deficit financeiro da administração deve girar em torno de R$ 300 milhões. No exercício vigente, a gestão sinalizou que a diminuição tende a ser de, pelo menos, R$ 80 milhões da receita.

A Prefeitura sustentou que está em tratativa com a AES Eletropaulo para quitar débitos anteriores. Alegou que a interrupção no fornecimento de energia “se deu de forma equivocada, sem finalização desta conversa”. “A expectativa é de que a energia seja religada amanhã (hoje).” A concessionária finalizou que, embora a empresa possa paralisar o fornecimento em 15 dias, “há disposição em buscar saída negocial, ocorrendo o corte somente nos casos em que não se chegou a acordo”, negando que tenha avançado as negociações com o Paço andreense.
 




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