Diadema deu nesta quinta-feira passo importante para a instalação da primeira universidade pública do município. A Câmara aprovou por unanimidade projeto de lei do Executivo que autoriza a doação à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) de um terreno com mais de 365 mil metros quadrados, no bairro Eldorado. Apesar de a proposta ter o voto favorável de todos os vereadores presentes (José Dourado e Ricardo Yoshio não compareceram à Casa), houve muitas críticas quando à urgência do projeto, que foi protocolado no Legislativo poucas horas antes de a sessão começar. Alguns parlamentares condenaram a falta de dados concretos na proposta.

Mesmo sendo da base de sustentação do governo, a vereadora Irene dos Santos (PT) era uma das mais críticas em relação à superficialidade da matéria. “Falta muita consistência. O projeto só tem a descrição das áreas a serem doadas e mais nada.” O vereador Lauro Michels (PSDB) também criticou a ausência de informações e o fato de a universidade ser construída em área de manancial. O líder do governo na Câmara, Pastor Jair (PT), alegou que a urgência era necessária, já que a Unifesp tem até o dia 30 deste mês para garantir os recursos do MEC (Ministério da Educação) para o próximo ano.

Apesar de ter sido aprovada, a doação ainda depende da conclusão da negociação amigável com os atuais proprietários do terreno, que custará aos cofres públicos R$ 3 milhões. A estimativa do líder do governo é que o local esteja pronto para abrigar os alunos em cinco anos.

Mesmo assim, o campus já entrará em atividade no próximo ano, provisoriamente em um prédio a ser alugado pela Unifesp onde hoje funciona a Edap (Escola Diadema de Administração Pública), também no bairro Eldorado. Ainda não há a definição do valor do aluguel. Serão oferecidos os cursos de Enfermagem, Informática, Farmácia Bioquímica, Engenharia Química, além de Licenciaturas em Química e Biologia. O vestibular está previsto para abril, com as aulas começando em agosto. Ainda não está definido o número de vagas.

O secretário de Educação de Diadema, José Antônio da Silva, ficou entusiasmado com a aprovação do projeto. “Isso significa um avanço para a cidade, que se tornará ainda mais importante na região.” Ele diz que a urgência para a votação na Câmara era necessária para garantir as aulas em 2006. “Não podemos correr o risco de perder essa oportunidade. Não dava para ficar sentado, esperando. A decisão política foi tomada. Agora vamos cuidar dos detalhes pedagógicos”, avalia o secretário.

As negociações sobre a instalação da Unifesp em Diadema vinham ocorrendo há alguns meses entre o prefeito José de Filippi Júnior (PT) e o ministro da Educação, Fernando Haddad, mas a proposta só começou a ganhar corpo há poucas semanas.