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Adolescente 'emo' é espancado em Santo André
Por Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
29/07/2008 | 07:01
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Um adolescente de 16 anos foi espancado por sete pessoas no último sábado em Santo André por ser emo. O ataque seria mais um de uma série desde que a tribo urbana Emo passou a ser vítima de perseguições e agressões nas imediações do Shopping ABC. Ele teve de ir ao hospital, mas não precisou de internação. A tribo acusa outras facções pelos ataques, entre eles os Carecas do ABC.

"O shopping é nosso ponto de encontro. Vamos lá todos os sábados", diz um emo que presenciou o conflito. O ataque ocorreu por volta das 21h. Havia pelo menos 200 emos na calçada, que foram surpreendidos por um grupo menor, com cerca de 30 pessoas. Antes de serem agredidos, os emos foram alvo de gozações. Mas depois a violência começou. "Eles perguntaram para um menino ‘você é gay?' e depois deram um chute nele. Todo mundo saiu correndo", conta um jovem de 16 anos.

Parte dos adolescentes entrou no shopping para se proteger. Outra parte tentou fugir pela rua, atravessando a passarela que passa por cima da Avenida Pereira Barreto, para o lado onde fica o Hospital Brasil. Mas lá ficaram expostos. "Tinham uns 30, 40, batendo em uns três ou quatro", diz o balconista Célio José Lima, 25, que trabalha em um bar nas imediações. "Era uns caras de periferia. Fiquei com medo que vandalizassem aqui", relatou Bruno Napolitano Sales, 18 anos, funcionário de uma barraca de lanche na mesma área.

Os jovens contam que o adolescente que mais apanhou havia levado um chute no peito, que o fez cair. Antes que pudesse se levantar, se viu cercado, e passou a sofrer mais chutes ainda no chão. Os agressores só pararam quando viram o rapaz parar de se mexer.

Os jovens que haviam se refugiado no centro de compras ficaram por lá até as 23h30, horário de fechamento do complexo todo. "Teve gente que ligou para a mãe buscar e saíram pelo estacionamento. Liguei para uma amiga, que parou na porta do shopping. A gente teve medo de sair, e ela teve de implorar para os caras não baterem na gente", diz outro adolescente de 16 anos.

O rapaz agredido não fez boletim de ocorrência. Os emos dizem que o conflito com outros jovens havia começado há três semanas, mas que nenhum tinha sido tão intenso. (Colaborou Natasha Bin)




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