Cultura & Lazer Titulo
Bom e velho Metallica está de volta
Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
10/09/2008 | 07:00
Compartilhar notícia


Mais de 100 milhões de cópias vendidas, referência para qualquer banda de rock que tenha aparecido a partir dos anos 1990, uma marca de causar inveja a qualquer outro grupo e um novo álbum nas lojas. Sim, o Metallica é até hoje uma das maiores bandas do planeta.

Com lançamento mundial em versão simples e outra recheada com fotos, vídeos e depoimentos, chega às lojas na próxima sexta (12), Death Magnetic, nono álbum de estúdio da banda californiana com dez faixas inéditas e primeiro com a participação do baixista Robert Trujillo.

Cinco anos após o lançamento do polêmico St.Anger, a banda que chegou a beira do abismo devido a uma grande e quase interminável guerra de egos entre James Hetfield e Lars Ulrich (que rendeu até uma terapia em conjunto, retratada no documentário Some Kind of Monster) parece ter tomado as rédeas de sua carreira novamente. Prova disso está logo nas primeiras notas de That Was Just Your Life, faixa que abre o novo trabalho do quarteto.

O cardápio musical segue com The End of the Line, marcada por riffs poderosos e um solo incendiário de wah-wah. Broken, Beat and Scarred remete aos tempos áureos de And Justice For All, álbum duplo lançado em 1988, que rendeu a primeira vinda ao Brasil.

As guitarras de Hetfield e Hammett em The Day That Never Comes, duelam em belos arranjos junto às fortes e enérgicas batidas do baterista Lars Ulrich. Essa faixa rendeu um clipe com produção de curta-metragem. O filme deixa qualquer um com a curiosidade aguçada enquanto não chega ao fim.

All Nightmare Long é cheia de peso e fúria e soa como uma mistura de novidade e a experiência de anos tocando rock.

Quando se escuta Cyanide, logo se imagina um estádio inteiro pulando em meio aos riffs misturados aos bumbos de Lars. A percussão parece ter sido pensada especialmente para criar essa imagem.

Produzido por Rick Rubin (que assinou trabalhos de Red Hot Chili Peppers e Slayer), Death Magnetic marca o fim da parceria com o produtor Bob Rock, responsável pelo sucesso comercial da banda nos anos 1990, devido à explosão do álbum Metallica, mais conhecido como ‘disco preto', seguido por Load, Reload e St. Anger, trabalhos que não foram bem recebidos pelos fãs.

Falando em Load e Reload, a trilogia The Unforgiven continua neste disco. The Unforgiven III traz um bom refrão e a guitarra de Hammett em belos solos.

A faixa Judas Kiss leva por alguns instantes o ouvinte a uma viagem aos tempos de Ride the Lightning, devido ao timbre rasgado das guitarras, receita que só o Metallica domina.

A instrumental Suicide e Rendemption, cheia de brilho e força e com quase dez minutos de duração, antecede o fim dessa ótima degustação (o álbum da gravadora Universal pode ser ouvido e está em pré-venda na internet por R$ 55, na versão com extras). Em todos os arranjos, as quatro cordas de Trujillo funcionam bem, e, não o melhor, mas o mais furioso fica para o final com My Apocalypse.

A maioria das músicas passa dos seis minutos de duração, como costumavam fazer na trilogia Ride the Lightning, Master of Puppets e And Justice for All. Também está de volta o clássico logotipo da banda na capa. Mérito ou não do novo produtor, o que importa é ver o bom Metallica de volta. Diz a lenda que quando a carreira chega a um certo ponto, os músicos acabam revisitando suas raízes, talvez para buscar algo que possa ter se perdido pelo caminho. A prova está aqui. Seja bem-vindo, Metallica.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;