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Cuba e EUA deixam inimizade de lado e se preparam para furacões
Da AFP
29/05/2006 | 17:33
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Deixando de lado a guerra ideológica que domina a relação entre Estados Unidos e Cuba, especialistas de ambos os países se preparam para enfrentar a temporada de furacões, que começa nesta quinta-feira, numa colaboração que tem o objetivo de reduzir os estragos causados pelos primeiros cerca de 10 fenômenos previstos.

O Insmet (Instituto de Meteorologia de Cuba), o Centro Nacional de Furacões em Miami (CNH na sigla em inglês) e a NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica americana) mantêm contato, com troca de informações sobre as tempestades tropicais.

"O plano operacional da região estabelece medidas de colaboração. Com os Estados Unidos, temos uma troca normal de informações meteorológicas, nós nos comunicamos com freqüência pelo telefone", diz o chefe do Centro de Previsões do Insmet, José Rubiera. "A cooperação é fundamental para salvar a vida de uma pessoa, não importa quem seja, cubana, americana, ou de qualquer nacionalidade".

A coordenação regional é mais do que necessária. Cuba fica na rota dos sistemas que se deslocam para o Golfo do México, Flórida ou águas do Atlântico, e os furacões que a atingem costumam se dirigir para o sul dos Estados Unidos.

As previsões dos especialistas americanos são de alta precisão, e se mostram corretas na grande maioria das vezes. Para esta temporada, que no Caribe vai de 1º de junho a 30 de novembro, os cubanos prevêem 15 ciclones, nove dos quais poderiam se transformar em furacões, embora não com a mesma intensidade do que em 2005.

"Existe um grande risco, de 75% (a cifra normal é de 37%) de chances de pelo menos um ciclone atingir o nosso país", alertou Rubiera. Segundo a NOAA, nesta temporada serão formadas de 13 a 16 tempestades no Atlântico, 10 delas furacões, seis com possibilidade de atingir a categoria 3 o superior, de grande intensidade e poder de destruição.

Em Miami, o diretor da NOAA, o vice-almirante Conrad Lautenbacher, disse ser provável que até quatro desses furacões atinjam os Estados Unidos. O Alberto seria o primeiro detectado pelos radares, entre o fim de junho e o começo de julho, e o último deverá ser o Oscar, segundo as previsões.

Cuba afirma estar pronta. O governo comunista da ilha desenvolveu um sistema de prevenção contra desastres naturais e de retirada em massa reconhecido internacionalmente, e todos os comitês e organizações já estão mobilizados. "Estamos melhor preparados do que nunca, pela experiência que acumulamos e a tecnologia que temos", afirmou Rubiera.

Especialistas de ambos os países indicam que a temporada atual será intensa, mas não atingirá os níveis do ano passado, quando houve um recorde de 27 tempestades, 15 delas furacões. A média de tempestades no Atlântico foi de 11 nos últimos 40 anos.

Em 2005, o pior para os Estados Unidos foi o Katrina, que devastou o sul de seu território em agosto. Em Cuba, o Dennis tornou-se o mais mortal dos últimos 42 anos, ao deixar 16 vítimas e um prejuízo de US$ 1,4 bilhão. O Wilma causou um prejuízo de US$ 704,2 milhões, com inundações históricas em Havana.

Os furacões são classificados de 1 a 5 na escala Saffir-Simpson, dependendo da velocidade dos ventos, que variam de 118km/h a 250km/h.




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