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Morre rapaz baleado no Jardim Farina; Cheidde Jr. depõe
Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
23/03/2006 | 08:11
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Maurício Vieira da Cruz, 19 anos, baleado na madrugada de segunda-feira, no Jardim Farina, morreu no fim da tarde de terça-feira no Hospital Anchieta, em São Bernardo. Suspeito do crime, o policial militar Weiden Alves teve prisão temporária de 15 dias decretada na última segunda-feira. Ele fazia bico como motorista e segurança do empresário Felipe Cheidde Júnior, também averiguado, segundo a polícia. Veículo idêntico ao do empresário – uma Mercedes Benz SL500 preta – foi visto no local do crime pela vítima e por duas testemunhas.

A mãe de Maurício, Santa Vieira da Cruz, 43 anos, conta que o filho sequer olhou para trás quando ouviu os tiros vindos da Mercedes. Isso porque ele teria pensado não ser o alvo dos disparos. “No hospital, ele disse que, como não devia nada a ninguém, não correu”, lembra. Segundo ela, quando o rapaz deu entrada no Pronto-Socorro Central, os médicos avisaram que a situação era grave e difícil de ser contornada.

Maurício trabalhava como comerciante autônomo, junto com o pai. Não tinha passagem pela polícia. Santa, mãe da vítima, lembra que o filho foi baleado quando voltava do trabalho, um trailler no qual vende pastéis, no Jardim Farina. O rapaz iria a pé até o Jardim Irene, em Santo André, onde morava. Maurício vivia com os pais, era solteiro e tinha um filho com menos de um ano. Passou três dias hospitalizado. Foi transferido ainda na segunda-feira do PS Central para o Hospital Anchieta, onde passou por cirurgia. A causa de sua morte, segundo o prontuário médico, foi anemia aguda e hemorragia interna traumática. Ele havia sido baleado cinco vezes: na barriga, tórax e perna direita.

Quarta-feira, a família ainda não sabia onde o rapaz seria enterrado. Passara a manhã correndo atrás de documentos para tirar a certidão de óbito do comerciante e, depois, decidiria em qual cemitério Maurício seria enterrado. “Só queremos justiça. Que os culpados sejam presos”, desabafou a mãe da vítima.

Nesta quinta-feira, em horário não divulgado, Felipe Cheidde Júnior dará sua versão da história no 6º DP de São Bernardo. O titular do distrito, o delegado Pietrantonio Araújo, pediu prisão temporária do soldado da PM Weiden Alves e do empresário. A Justiça concedeu a prisão do PM e negou a de Cheidde Júnior. Ele é filho do ex-deputado federal Felipe Cheidde, cassado em 1989 por faltar a mais de um terço das sessões plenárias da Câmara. O advogado de Cheidde Júnior, Calixto Antônio Júnior, afirmou que seu cliente não se pronunciaria antes de depor à polícia. O soldado Weiden Alves, em seu depoimento, nega o crime e afirma ter passado a noite levando o empresário a casas noturnas da cidade.




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