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Brasil nao poderá deter a ALCA, dizem EUA
Das Agências
10/12/2000 | 16:25
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O número dois do escritório do representante comercial dos Estados Unidos, Richard Fisher, advertiu que o Brasil ``nao poderá deter a ALCA (Area de Livre Comércio das Américas)' e corre ``um sério risco de ficar isolado', ao analisar as negociaçoes com o Chile sobre livre comércio, em uma entrevista publicada neste domingo no jornal argentino La Nación.

Fischer garantiu ao jornal, falando de seu escritório nos Estados Unidos, que o recente anúncio das negociaçoes sobre livre comércio entre Estados Unidos e Chile ``nao se trata de uma briga dos Estados Unidos contra o Brasil ou do Brasil contra o Chile, é de todos nós contra o futuro'.

``O Brasil tem que decidir se vai fazer parte do jogo grande ou se ficará na fronteira. É um grande país, muito rico, com um Governo muito bom, com um presidente que, ao contrário de seus antecessores, é um internacionalista (... )

Antes de deixar a presidência, em 2002, Cardoso poderia deixar como legado a abertura do Brasil à comunidade internacional, principalmente nas Américas', assinalou Fisher.

O funcionário americano considerou que ``seria imprudente para o Brasil situar-se em uma posiçao em que ficariam sozinhos em uma esquina', enquanto seus sócios no Mercosul e o resto da América Latina avançam no tratado.

Ao ser consultado sobre a reaçao negativa do Brasil em relaçao ao anúncio das negociaçoes com o Chile, Fisher disse que ``isso nao é a reaçao do Brasil, é do Itamaraty. A comunidade de negócios de Sao Paulo está ansiosa para que avance', garantiu. ``Dizer que o Chile tem que escolher entre Estados Unidos e Brasil é imprudente, quase uma atitude infantil', enfatizou.

Fisher considerou que os brasileiros ``vêem a si mesmos como os guardiaes de uma posiçao de resistência ao poder dos Estados Unidos. Mas em questoes de liberalizaçao do comércio, nao há um ponto de vista latino-americano ou americano. No fim, trabalha-se por um objetivo comum', insistiu.

Em relaçao à Argentina, Fischer admitiu que ``tem uma relaçao única com o Brasil e os números do comércio (entre ambos) sao bastante fortes'. Nao obstante, advertiu que ``se a Argentina se apoiar apenas no Brasil ou o Brasil apenas na Argentina, limitam suas ambiçoes'.

``O grande mercado sao os Estados Unidos. É aí que está o futuro. Nao está na Europa, nao está do outro lado do Pacífico. Sao mercados importantes, mas nao tao grandes quanto o resto da América e os Estados Unidos', insistiu Fischer.




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