O início de ano apresentou queda na intenção de consumo das famílias, mostrando que brasileiros estão mais cautelosos na hora de gastar. O indicador medido pela Fecomercio recuou 3,8% frente ao mês anterior.

As associações comerciais da região frisam ser natural a contenção de gastos nesta época, por conta da necessidade de quitar débitos como o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e despesas sazonais, entre as quais com material escolar.

Mesmo com o consumidor arredio para consumir, no caso de sobra de dinheiro, os itens considerados para compra são bens duráveis da linha branca - como fogão, geladeira e máquia de lavar.

O presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Sidnei Muneratti, explica que, com a virada do ano, o perfil de consumo mudou. "A demanda de itens como celular, por exemplo, foi atendida no Natal. Apesar de estarmos vivendo bom momento econômico na região, e de ser mês de liquidações, não é época onde todo mundo vai exercer disposição de consumo."

A enfermeira Katti Lima diz que evitará gastos supérfluos neste mês por conta das dívidas contraídas no mês passado. No entanto, caso sobre dinheiro, revela que irá apostar nos eletrodomésticos. "Mas tem que avaliar as necessidades. Vou comprar apenas se estiver numa promoção ou valer a pena, pois eu já gastei demais em dezembro", reitera Katti.

As recentes medidas do BC (Banco Central) para encarecer o crédito foram responsáveis pela cautela dos consumidores.

Muneratti salienta que não é possível medir quando o aumento da Selic (taxa básica de juros) vai afetar a região, mas garante que o cenário positivo para gastar, por hora, segue inalterado.

Por sua vez, em São Caetano, onde a renda per capita está entre as mais altas do País, os consumidores também não estão tão dispostos a comprar, segundo o presidente da Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano do Sul), Nelson Braido. "A tendência é que no geral caia (a intenção de compra)", avalia.