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Professores questionam atuação de promotora sobre Fundação
Por Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
10/06/2008 | 07:04
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O corregedor-geral do Ministério Público Estadual, Antônio de Pádua Bertone Pereira, receberá amanhã uma representação de professores da Fundação Santo André questionando a postura da promotora pública Patrícia Maria Sanvito Moroni sobre a crise envolvendo o reitor Odair Bermelho, afastado pelo Conselho Diretor. O documento terá as nove representações entregues a ela desde 2004 apontando irregularidades no centro universitário e mostrará as poucas medidas tomadas pela promotora para evitar prejuízos à instituição.

O foco do descontentamento com a promotora é a demora em assinar a ata da reunião do conselho que afastou Bermelho da presidência da Fundação. A decisão só terá efeito legal após a aprovação da promotora. Entretanto, os docentes são temerosos quanto à decisão de Patrícia, que teria um histórico de apoio a Bermelho, investigado por fraude e desvio de recursos.

Pereira esteve reunido ontem por duas horas com uma comissão de cinco professores da Fundação e teria classificado a postura da Promotoria como uma "omissão grave", segundo os integrantes da comissão. Ainda segundo os professores, Pereira informou que as medidas que podem ser tomadas caso seja comprovada alguma irregularidade nas atitudes de Patrícia chegam até ao afastamento cautelar dela.

"As representações que protocolamos para ela ficam sem resposta ou demoram muito para sair. O exemplo disso é o parecer que a professora Sônia Kruppa, representante dos professores no Conselho Diretor, pediu há três semanas sobre a posse dos conselheiros e que até hoje continua sem resposta. O parecer que Bermelho pediu à promotora um dia antes da reunião do conselho foi respondida no dia seguinte", lembra o professor Joel Pelissaro, ex-membro do conselho e autor de duas das nove representações contra Bermelho.

A promotora investiga a Fundação Santo André há quatro anos. As denúncias agora apuradas pelo Gaerco (Grupo Especial de Atuação Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado) sobre desvios de verba na Fundação já haviam sido remetidas a Patrícia. Mesmo com recibos de papelaria para construções de prédios e notas fiscais com suspeita de fraudes, as investigações da promotora não resultaram em nenhum indiciamento.

SILÊNCIO
O Diário tenta falar com a promotora desde quinta-feira da semana passada. Assim como fez por seis meses o reitor afastado, Patrícia prefere não se pronunciar. A assessoria de imprensa do MP informou que o corregedor-geral não se pronunciará antes de receber a representação.




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