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Mercosul terá acordo automotivo, diz embaixador do Brasil
Do Diário do Grande ABC
02/05/2000 | 14:29
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O principal negociador do Brasil para o Mercosul, o embaixador Botafogo Gonçalves, disse nesta terça-feira em Montevidéu que os quatro países membros chegarao a um acordo sobre a política automotiva. Ele afirmou que há regras de intercâmbio que se aplicam ao Paraguai e ao Uruguai, mas que nao valem para o Brasil e Argentina.

Isso significa, segundo Gonçalves, que será abandonado o conceito de Política Automotiva Comum (PAC) para ser adotada a Política Automotiva do Mercosul (PAM), com o objetivo de uniformizar a participaçao dos quatro sócios.

Os dois maiores sócios do bloco ``sempre objetivaram que a Política Automotiva do Mercosul (PAM) leve em conta as condiçoes específicas da indústria uruguaia e da situaçao paraguaia', declarou o diplomata.

O embaixador brasileiro disse que há espaço para, respeitando as peculiaridades do Uruguai e Paraguai, oferecer aos quatro sócios do bloco uma plataforma Mercosul de automóveis, muito mais importante do que a que existe atualmente.

Botafogo recordou, no entanto, que para cuidar das posiçoes dos sócios menores é preciso previamente um acordo ``entre quem produz 97% dos autos da regiao' (Argentina e Brasil), e opinou que a ``bilateralidade (argentino-brasileira) de modo algum pode significar um inconveniente para se chegar a um acordo do bloco'.

Depois de entrevistar-se com o presidente uruguaio Jorge Batlle, na noite de segunda-feira, e com o ministro da Indústria, Sergio Abreu, nesta terça-feira, Botafogo destacou a ``flexibilidade' da Argentina e do Brasil em relaçao ao tema.

O tema automotivo, em relaçao ao qual há cinco anos existem desentendimentos internos, é o ponto de discórdia desde março passado, quando Argentina e Brasil alcançaram um acordo bilateral que fixa uma Tarifa Externa Comum (TEC) de 35%.

O Uruguai, cujo parque automotivo fornece 60% dos mercados extra-bloco, com uma tarifa de 20%, se opôs energicamente à posiçao argentino-brasileira porque o aumento proposto significaria um golpe ao mercado interno, que absorve 30 mil automóveis novos por ano.

No Paraguai, que carece de indústria automotiva, existem três faixas de tarifas para a importaçao de veículos, segundo a cilindrada dos mesmos, de 10%, 15% e 20%.

Gonçalves participará da reuniao do bloco que vai elaborar uma política para o setor automotivo. Também estarao presentes a secretária de Indústria da Argentina, Déborah Giorgi, o ministro paraguaio Euclides Acevedo, e o ministro da Indústria do Uruguai, Sergio Abreu.

O embaixador brasileiro assegurou que na reuniao ministerial tudo será discutido. ``Conhecemos a posiçao do Uruguai e nao recusaremos a negociaçao de ponto algum', assegurou, expressando seu otimismo quanto a encontrar um ``equilíbrio entre os quatro países'.




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