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Caminhão explode e mata soldador em Sto.André
Por Fabiana Chiachiri
Do Diário do Grande ABC
02/11/2004 | 09:22
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Um caminhão-tanque explodiu na manhã desta segunda-feira na oficina HS Reforma de Tanque, no bairro Utinga, em Santo André. O veículo, que transporta produtos químicos, estava vazio na hora do acidente. José Gomes da Silva, 59 anos, que soldava a parte de cima do tanque, morreu na hora. O dono da oficina, Humberto dos Santos Sanches, 39, estava ao lado do veículo e teve ferimentos leves. Ele foi socorrido pelos bombeiros e levado ao Pronto-Socorro Central de Santo André, mas não corre risco de morte. Com o estrondo, os vidros de algumas casas próximas à oficina quebraram.

A explosão aconteceu por volta das 9h. Antes de chegar na oficina, na rua Bárbara Heliodora, 72, o motorista Adegildo Vila Nova de Lima, 38 anos, levou o caminhão para fazer a limpeza do tanque e retirar todo o hidrocarboneto de petróleo em uma empresa de São Caetano. "Estava do lado do soldador. Virei as costas e ouvi o barulho. Só vi ele voando", disse Lima. Com a explosão, o corpo da vítima foi arremessado a uma distância de 10 m.

"É necessário que o tanque passe por um processo de vaporização para que não fique nenhum resíduo de produto químico antes de fazer a manutenção. Acredito que o serviço não deva ter sido feito direito porque senão o tanque não explodiria", afirmou o mecânico Antônio Pinheiro Neto, 53, que trabalha na oficina. Funcionários de uma transportadora, que fica em frente à oficina, disseram que os mecânicos não usam equipamentos de segurança adequados. "Todos trabalham despreparados. Qualquer hora isso iria acontecer", disse o encarregado de tráfego Saturnino Gelson de Oliveira, 46 anos.

Alguns vizinhos estavam inconformados com o acidente. "Essa oficina não tem estrutura para fazer esse tipo de trabalho. Além do barulho, o cheiro de produtos químicos é muito forte. Hoje (segunda) pensei que iria cair tudo", disse a doméstica Neusa Barbosa Martins, 52 anos, que teve os vidros da janela de sua casa quebrados.

Apesar de José Sanches, 70 anos, pai do dono da HS Reforma, afirmar que nunca havia acontecido nenhum acidente na oficina, o filho do soldador morto, o analista Igor Gomes da Silva, 24, disse que seu pai já havia sofrido dois acidentes no local. "Há cerca de dez anos ele teve queimaduras no rosto porque um tanque explodiu. Agora, quero saber quem vai assumir a culpa."

Os advogados da empresa Vap Limp, de São Caetano, responsável pela limpeza do tanque do caminhão, não quiseram falar com a reportagem à respeito do acidente. Disseram que preferem esperar o laudo da perícia da polícia para se pronunciarem.

Um inquérito policial será instaurado para apurar as causas do acidente. Nesta segunda, o delegado plantonista do 2º Distrito Policial Eduardo Boigues Queiroz ouviu todas as pessoas envolvidas no caso. "Agora, dependerá do laudo do IC (Instituto de Criminalística) para finalizarmos o processo", disse o delegado.




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