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Fora da Câmara, Zé Ferreira tem mais espaço que vereadores no PT

Ex-parlamentar indicou sete familiares para novo diretório do partido em São Bernardo

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
16/06/2017 | 07:00
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Ricardo Trida/Arquivo DGABC


Apesar da derrota nas urnas em 2016, quando não conseguiu emplacar seu nono mandato seguido como vereador de São Bernardo, Zé Ferreira mostrou prestígio maior do que vereadores eleitos na nova composição do diretório do PT são-bernardense.

O ex-parlamentar, além de se colocar e alocar sua mulher, Rozane Sena, a Zaninha, entre os 44 filiados que ditarão o ritmo do partido na cidade, escalou cinco parentes dentro da recém-eleita estrutura por meio da corrente CNB (Construindo um Novo Brasil).

O Diário teve acesso à lista da nova composição do diretório petista. E, além de Zé Ferreira e Zaninha, o PT terá entre seus líderes Aline Ferreira Costa (nora do ex-vereador), Cleiton Leite Coutinho (genro de Zaninha, do primeiro casamento dela), Jânio Procópio Ferreira (indicado de Zé), o ex-vereador José Cloves (que é sobrinho de Zé Ferreira) e Ana Carolina da Silva Martins (sobrinha de Cloves).

Como efeito de comparação, os vereadores Joilson Santos e Tião Mateus ficaram sem indicações no diretório. A parlamentar Ana Nice Martins emplacou somente o nome de Arizangela Alves da Silva Rocha, assim como Toninho da Lanchonete, que apadrinhou Francisco Bastos de Oliveira, conhecido como Chiquinho.

A lista provocou crise dentro do PT de São Bernardo, principalmente pelo largo espaço destinado ao grupo de Zé Ferreira no diretório. Em termos percentuais, 16% dos novos componentes estão ligados ao ex-vereador.

A deputada estadual Ana do Carmo, por exemplo, apresentou os nomes de Cristina de Oliveira Rocha e de sua irmã, Vera Lúcia do Carmo Silva. O deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, apesar de estar filiado ao PT de Diadema, emplacou Hilda Ferreira Bento.

O grupo ligado ao deputado estadual Luiz Fernando Teixeira tem diversos nomes no diretório. O parlamentar, considerado por muitos no PT como potencial prefeiturável em 2020, aumentou sua influência na sigla (veja mais abaixo).

O deputado estadual Teonílio Barba alocou sua assessora Iara Batista Bento. Do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC está Alexandre Antônio da Silva. Vera Lucia Zirnberger, diretora da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), também figura no novo diretório.

Rostos conhecidos do meio político petista tentam reconstruir a carreira por meio da nova estrutura, caso dos ex-vereadores Matias Fiuza e Fátima Araújo, assim como Admilson Lucio de Oliveira, presidente do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário) e genro do ex-secretário de Governo José Albino.

O Diário não localizou Zé Ferreira para comentar o caso.
 

Luiz Fernando amplia sua influência

A escolha para quem dividirá o comando do PT de São Bernardo com o presidente da sigla, Brás Marinho (irmão do ex-prefeito Luiz Marinho), indicou aumento substancial de força política ao deputado estadual Luiz Fernando Teixeira.

Além da vice-presidência, que ficará com Jemima Moura, Luiz Fernando viu aliados nas principais secretarias internas na legenda.

Fazem parte de seu grupo político e estão à frente desses setores Expedito Lopes Feitosa (formação política), José Cloves (finanças), Cleiton Leite Coutinho (organização), Ana Carolina da Silva Martins (movimentos populares). Ligada ao deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, Hilda Ferreira Bento continua à frente da secretaria de comunicação interna.

O nome de Luiz Fernando já circulou com força no ano passado para que ele pudesse assumir a candidatura a prefeito do PT em São Bernardo, mas Luiz Marinho direcionou seu pupilo e então secretário de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli, para o pleito – Tarcisio sequer foi para o segundo turno e não tem espaço na nova direção da sigla.

A nova estrutura permite a Luiz Fernando maior espaço para dialogar e construir uma possível candidatura ao Paço de São Bernardo em 2020. Projeto esse que passa necessariamente pela reeleição à Assembleia Legislativa no ano que vem. 




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