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Mochileiros driblam guias para pegar trilha
Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
10/06/2007 | 07:06
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No papel, o projeto restringe a visita às trilhas do Parque Municipal Natural Nascentes de Paranapiacaba a grupos monitorados. Na prática, não é o que ocorre. As duas guaritas que controlam o acesso de pessoas à unidade de conservação funcionam em horário comercial, das 8h às 18h. Nos intervalos entre um turno e outro, as trilhas se transformam em terra de ninguém e aventureiros circulam pela mata sem qualquer tipo de fiscalização.

Alguns trilheiros chegam a combinar os passeios pela internet, em sites de relacionamento. Pelo Orkut, deixam mensagens avisando dia e horário do passeio sem monitoramento. Para driblar a segurança, muitos passeios são marcados para a noite, em trilhas que possuem alto grau de dificuldade, como a que leva ao Poço das Moças. Quando isso ocorre, a pouca visibilidade – agravada pela neblina permanente da vila – é só um dos perigos da aventura. Na quinta-feira, 49 pessoas se perderam no Parque Estadual da Serra do Mar, no trecho entre Mogi das Cruzes e Bertioga. Passaram a noite na mata e foram resgatados na sexta-feira.

Para amenizar os riscos, trilheiros mais experientes dão dicas na internet aos aventureiros de primeira viagem. Dizem o que não pode faltar na mochila, indicam os melhores acessos para escapar da fiscalização e os caminhos mais interessantes a ser percorridos. Uma das comunidades que discute o assunto no Orkut, a Trilhas em Paranapiacaba, foi criada em abril de 2005 e possui 669 membros, que podem interagir com comentários nas discussões.

A RESERVA

t O Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba é uma unidade de conservação criada em 5 de junho de 2003 pela Prefeitura de Santo André para conservar os recursos naturais de Mata Atlântica do entorno da vila ferroviária. São mais de 4 milhões de m², onde podem ser encontrados pássaros como sanhaços, beija-flores, pica-paus, tangarás e macucos. Do alto da serra, descem as nascentes do Rio Grande, principal braço formador da Represa Billings.

COMO PERCORRER AS TRILHAS:

As trilhas só podem ser feitas sob supervisão de monitores cadastrados pela Prefeitura de Santo André. Cabe a eles inibir a degradação do parque. Por trilha percorrida, o preço médio cobrado por pessoa varia entre R$ 5 e R$ 10. A relação de grupos autorizados a fazer o passeio pode ser obtida junto ao CIT (Centro de Informações Turísticas), por meio do telefone 4439-0237.

COMO CHEGAR

De carro: Seguir pela Anchieta até o Km 29 (placa para Ribeirão Pires), entrar na SP 148 (estrada Velha de Santos) até o Km 33 e pegar a Rodovia Índio Tibiriçá (SP 31) até o Km 45,5. Daí pegar a SP 122 até Paranapiacaba.

De ônibus: Saídas a cada 40 minutos do Terminal Rodoviário de Santo André (Tersa), localizado na Estação de trem Prefeito Saladino ou da estação ferroviária de Rio Grande da Serra a cada hora (Viação Ribeirão Pires, telefone: 4828-1019).

Atrações

OLHO D’ÁGUA E TANQUE DO GUSTAVO

Onde estão localizados os reservatórios criados pelos ingleses no fim do século XIX para o abastecimento da vila e alimentação das locomotivas e máquinas fixas movidas a vapor do sistema de tração da Serra do Mar.

TRILHA DA PONTINHA

Com pouco mais de um quilômetro e duração média de 40 minutos, a trilha propicia a contemplação de espécies da flora, como manacá-da-serra e bromélias. Também é possível contemplar parte do sistema de abastecimento da vila.

TRILHA DA ÁGUA FRIA

 O percurso de 1,2 quilômetro mata adentro leva à cachoeira da Água Fria. A mata ao redor da queda d’água abriga nascentes e, durante a caminhada, é possível encontrar uma variedade de espécies da Mata Atlântica.

TRILHA DA COMUNIDADE

Considerado um dos mais difíceis percursos dentro do parque, a trilha leva às ruínas de uma antiga comunidade que viveu no topo da serra de

Paranapiacaba. São 1,4 quilômetro com desnível de 276 metros. A caminhada leva uma hora e meia.



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