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Fim de ano: época decisiva para quem presta vestibular
Por Dé Oliveira
Especial para o Diário do Grande ABC
28/12/2004 | 10:23
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Para a maioria dos estudantes, o Ano Novo é momento de descanso. Mas para aqueles que tentam vaga numa faculdade, o período é decisivo. É que no início do ano estão marcadas as provas da segunda fase dos principais vestibulares do país. Esses estudantes enfrentam um dilema: viajar com a família no fim de ano ou preparar-se mais para os exames.

A alternativa correta vai depender do perfil de cada aluno. Para alguns, a oportunidade de descansar alivia a pressão e até contribui na melhora do desempenho. Outros, porém, caso se desviem do foco dos estudos correm o risco de perder a concentração e não obter o resultado pretendido nas provas finais.

Carolina Agostinho, coordenadora do curso Pré-Vestibular do Objetivo de São Caetano, é enfática e diz que, se o aluno tiver oportunidade, deve viajar sim. "É bom relaxar. Descansa a cabeça e elimina o estresse da prova", explica. Mas ela recomenda que o retorno da viagem deve ocorrer pelo menos dois dias antes do exame. Carolina faz ainda uma ressalva: "se o aluno não conseguir relaxar e ficar pensando no vestibular durante a viagem, o melhor é ficar em casa."

Na opinião do coordenador do curso Pré-Vestibular Singular Anglo, Clayton Figueira, a palavra-chave é equilíbrio. "O aluno deve evitar o excesso neste período de festas, não comer muito e, também, não estudar demais", aconselha.

Férias frustradas – Grande parte prefere não arriscar e manter a atenção nas disciplinas que cairão nas provas. Acostumado a viajar todo fim de ano com a família, Tomás Bozeda, 19 anos, morador de Santo André, desta vez decidiu ficarem casa e se dedicar aos estudos. "Tenho medo de me desconcentrar e não lembrar das respostas mais difíceis durante a prova."

No caso do estudante, o vestibular alterou os planos da família. Como o irmão, Angelo, 17 anos, também concorre a uma vaga na faculdade. A mãe cancelou a viagem que a família costuma fazer todos os anos para o litoral ou para Casa Branca, no interior do Estado. "Não conseguiria me divertir e deixá-los aqui, estudando", diz a assistente social Ana Maria Bozeda, 48 anos. Na opinião da mãe dos estudantes, apesar de ser um processo individual, o vestibular envolve toda a família. "Não dá para saber quem está mais na expectativa, se eles ou eu."

Tomás e Angelo estão inscritos nos mesmos vestibulares nas carreiras de Economia e Engenharia, respectivamente. Em janeiro, os irmãos enfrentam 11 dias de prova. As primeiras são da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), entre os dias 4 e 6. Em seguida, fazem os exames da segunda fase da Fuvest, que vai de 9 a 13. Na seqüência, o da Unicamp (Universidade de Campinas), de 16 a 18 de janeiro.

Ao contrário do irmão mais novo, Tomás sente obrigação de passar, já que fez pela segunda vez cursinho preparatório. No ano passado, ele também prestou o vestibular, mas não conseguiu ser aprovado. "Descarto a hipótese de não passar."

Caso parecido ao da família Bozeda ocorreu com a da estudante Taís Aparecida Polydoro, 17 anos, que prestou vestibular para Medicina. Como a filha estaria em período de provas, o auxiliar de enfermagem Evaristo de Souza, 48, pai da aluna, cancelou as férias porque não queria deixá-la sozinha enquanto a família viajava.




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