O primeiro-ministro Tony Blair é um "neoconservador" e tem "obsessão pela manipulação", disse Clare Short, que foi ministra de Desenvolvimento Internacional do governo trabalhista entre 1997 e 2003.
Totalmente contrária à guerra do Iraque, Short apresentou sua renúncia em abril passado por acreditar que Grã-Bretanha e Estados Unidos não deixaram espaço para a ONU na reconstrução iraquiana.
Tony Blair "está totalmente convertido à visão neoconservadora do mundo", como ocorre com vários membros e assesores do governo americano, e o suicídio de David Kelly ilustra o funcionamento do círculo do primeiro-ministro, disse Short ao jornal.
"A verdade deve aparecer e as pessoas responsáveis devem prestar contas. Alastair Campbell (diretor de estratégia e comunicação de Downing Street) e Tony Blair trabalham muito, muito ligados. Me parece que estão todos implicados".
"Devemos esclarecer a questão da morte do Doutor Kelly e o abuso de poder que levou a isto. Também devemos encarar os motivos que nos levaram à guerra no Iraque e quantas meias verdades foram ditas pelo caminho".
Short acusa Blair de mentir sobre a posição francesa antes da guerra. "Tony me disse que os franceses vetariam tudo. Me enganou sobre a posição francesa. Enganou a todos".
O premiê deve se retirar "com elegância" para permitir que o Partido Trabalhista se renove antes das próximas eleições, concluiu Short.
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