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Censurada desde sempre
Por Marcela Munhoz
Do Diário do Grande ABC
16/10/2011 | 07:00
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Sentir vergonha de conhecer sua vagina não é culpa sua. Ao longo do tempo, as partes baixas femininas foram tratadas como áreas proibidas, algo que não se podia falar a respeito, principalmente na Idade Média, por causa da influência cristã e crença da virgindade. Foi quando criou-se o cinto de castidade, acessório que trancava literalmente o ventre, não permitindo que a mulher se masturbasse ou tivesse penetração.

Enquanto no Japão, por exemplo, existe um festival, o Tagata Hounen Matsuri, que faz homenagem ao pênis, com desfiles de órgãos gigantescos, a vagina sempre foi deixada de lado ou considerada símbolo pornográfico. "O menino aprende desde cedo a segurar o pênis. Se a menina coçar a vagina, é repreendida como se fosse algo muito sujo", observa a sexóloga Rose Villela.

A História da V - Abrindo a Caixa de Pandora, a escritora inglesa Catherine Blackledge conta que, até o fim do século 19 e início do 20, médicos mais puritanos não revelavam a verdadeira função do clítoris, que é dar prazer. "Defendia-se que despejasse fenol concentrado no clitóris, caso as jovens continuassem a satisfazer-se sozinhas". Ninguém queria que a mulher sentisse prazer. Ela era apenas receptora de esperma e geradora de filhos.

Acha que isso acabou? Em algumas culturas ainda ocorre a mutilação genital feminina (milhões de casos por ano, principalmente na África e Ásia). Acreditam que sem o clítoris a mulher está pronta para se casar e ter filhos e não precisa sentir prazer, já que foi feita para a reprodução. E o pior: a ‘cirurgia' é feita sem anestesia e com sério risco de infecção. A ex-modelo somaliana Waris Dirie foi vítima da mutilação aos 5 anos e fugiu de seu país aos 13. Tornou-se embaixadora da ONU, que considera o ato um crime, e cuida de uma fundação, com a missão de erradicar a prática.




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