Ordem do comandante da PM (Polícia Militar) no Grande ABC, coronel Marcelo Cortez Ramos de Paula, divulgada ontem, informou a proibição de perseguição a veículos com atitude suspeita na região. Conforme áudio, enviado de forma anônima à equipe do Diário, uma nota foi transmitida pela rede de rádios afirmando que a prática estaria proibida.

No áudio é possível ouvir a ordem, lida por um policial, onde há a afirmação de que estão proibidas as perseguições em geral. “Pelo menos uma vez a cada 12 horas, divulgar nota de instrução na rede de rádio informando sobre a proibição de perseguição em geral, sobretudo a motocicletas, por viaturas de duas ou quatro rodas, de acordo com modelo de mensagem de anexo ‘C’.”

A divulgação aconteceu dias após um policial da Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicleta) ter atirado em dois suspeitos que fugiam de moto no Jardim São Luís, na Zona Sul da Capital. Ele efetuou dois disparos mesmo após os suspeitos terem caído. A perseguição foi flagrada e transmitida ao vivo pela televisão.

O agente chegou a ser preso administrativamente para facilitar a produção de provas no inquérito-policial militar instaurado. Porém, o mesmo foi posto em liberdade na quinta-feira e executa serviços administrativos até o fim das investigações.

Questionada sobre o assunto, a PM esclareceu que não houve alteração em nenhum procedimento operacional por conta da ordem veiculada via rádio no Grande ABC. “As viaturas da polícia continuarão a realizar o necessário acompanhamento de veículos e motocicletas para efetuar a captura e prisão de criminosos, sempre atuando dentro da estrita legalidade e tomando todas as precauções necessárias para a segurança dos policiais”, disse a nota enviada ao Diário.

Conforme a instituição, o acompanhamento consiste em seguir um veículo com pessoas em atitude suspeita ou sabidamente ocupado por infratores da lei, mantendo o contato visual. Durante o acompanhamento, prioriza-se o cerco e a comunicação para que as prisões sejam feitas de forma segura e em ações integradas. “Busca-se o máximo cuidado nos deslocamentos, evitando riscos desnecessários, lembrando sempre que a prioridade deve ser a defesa da vida e da integridade física da patrulha e dos transeuntes, mesmo que estas possibilitem a fuga momentânea do veículo acompanhado”, afirmou a PM.