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Consumo de cocaína atinge níveis alarmantes na Europa, diz ONU
Da AFP
25/06/2006 | 19:07
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O consumo de cocaína na Europa ocidental atingiu níveis alarmantes e a produção de ópio no Afeganistão pode aumentar em 2006, apesar de uma queda em 2005, segundo o relatório 2006 da agência das Nações Unidas contra a droga e o crime (UNODC, sigla em inglês), que será apresentado nesta segunda-feira, em Washington.  

"Globalmente o controle do tráfico de drogas funciona e o problema mundial da droga é circunscrito", elogiou o diretor da UNODC, Antonio Maria Costa.

Costa observou que a demanda de cocaína atingia "níveis alarmantes" na Europa ocidental. "Peço para os governos da União Européia não ignorarem este perigo", disse.

"Muitos europeus educados consomem cocaína e freqüentemente negam serem dependentes", lamentou Costa.

Ele questionou a mídia, que, segundo ele, é complacente com as celebridades do show-biz que usam a droga, deixando os jovens "confusos e vulneráveis". Em compensação, afirmou que, depois de anos de expansão, o mercado dos estimulantes está em declínio. Cerca de 25 milhões de pessoas tomaram, pelo menos uma vez, anfetaminas em 2004 enquanto que 10 milhões experimentaram o ecstasy, observou.

No entanto, a droga mais difundida no mundo ainda é a maconha. Em 2004, cerca de 162 milhões de pessoas fumaram maconha pelo menos uma vez, ou seja, 4% da população mundial entre 15 e 64 anos. E o consumo continua a aumentar.

Costa disse que a maconha é muito mais potente hoje do que há algumas décadas. É um erro acreditar que se trata de uma droga "leve", disse.

Ele pediu que os Estados sigam as políticas antidrogas sem condescendência. "Muitos países têm o problema de drogas que merecem", concluiu.

Ópio - No Afeganistão, primeiro produtor mundial de ópio, matéria-prima da heroína, a cultura de ópio caiu 21% em 2005, mas pode se recuperar em 2006. De acordo com Costa, as razões desse revés são a pobreza dos camponeses afegãos, a falta de segurança e o fato de que o governo de Cabul não consegue controlar todo o território.

"Apesar de uma vasta erradicação do ópio, a produção pode ser retomada na primavera", advertiu.

Em 2005, o Afeganistão já produzia 87% do ópio mundial. Esta produção ilícita (4,1 mil toneladas em 2005), que representa pelo menos um terço da economia do país, está na origem de quase toda a heroína consumida na Europa.

Em nível mundial, a produção de ópio caiu 5% em 2005. Costa citou o caso do Laos, que até a metade dos anos 90 era o terceiro produtor mundial de ópio. A produção caiu em 72% em 2005 e o Laos está prestes a se tornar um país sem ópio, comemorou o diretor da UNODC.

"O Laos fez notáveis progressos sem receber a atenção merecida", disse.



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