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Área contaminada é usada como canteiro de obras
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
01/06/2011 | 06:25
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Rejeitado pela Fundação Casa em razão da contaminação no solo e água subterrânea, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo utiliza o polêmico terreno público localizado na Rua Capitão João, próximo ao Complexo Cassaquera, em Santo André, como canteiro de obras.

A equipe do Diário esteve ontem à tarde no local, que tem placa publicitária do governo do Estado, via Sabesp, da execução de obras dos coletores tronco de esgoto, integradas do sistema ABC, em Santo André. O investimento é de R$ 18,8 milhões. Outra publicidade é do governo federal.

Funcionários de empresa terceirizada informaram que o local está sendo utilizado como "canteiro de obras" - depósito de materiais e equipamentos para a Sabesp. Porém, homens faziam a movimentação de terra em cima de um trator.

O que não é aconselhável, segundo laudo assinado em outubro de 2009 pelos técnicos do Centro Tecnológico de Controle de Qualidade Falcão Bauer, responsável pelo estudo feito na área contaminada a pedido da Fundação Casa.

O relatório apontou que "não recomenda a ocupação local, principalmente devido à existência de risco de explosividade por gás metano do subsolo e risco à saúde humana por exposição à água subterrânea local".

A equipe procurou ontem por um dos técnicos do Falcão Bauer que assina o documento. O engenheiro Ronildo Morais reafirmou a recomendação, ao ressaltar a necessidade do Cadri (Certificado de Aprovação para Destinação de Resíduos Industriais), fornecido pela Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Ambiental, ao executor da obra.

"Para qualquer movimentação de terra ou destinação de material encontrado é necessário autorização do órgão ambiental, inclusive por representar risco à saúde", afirmou.

O Semasa informou que a "Sabesp tem autorização" do órgão municipal para "utilização do terreno como canteiro de obras". A Sabesp disse que responderia hoje.

Na área, de cerca de 33 mil m², seriam construídas duas unidades de internação de adolescentes infratores - hoje são 57 jovens espalhados por unidades de São Paulo. O terreno foi cedido em março de 2008 ao Estado, pelo então prefeito João Avamileno (PT).

A obra não saiu do papel. Em 2005, porém, laudo da Cetesb já apontava a contaminação do lençol freático. O terreno abrigou, inicialmente, uma indústria. Depois, parte da área serviu de depósito de resíduos de construção e demolição do Semasa, atual proprietário.




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