Política Titulo Editorial
Ouça o recado, presidente
Por Da Redação
10/03/2015 | 07:00
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O pronunciamento à Nação na noite de domingo comprovou que a visão da presidente Dilma Rousseff (PT) sobre o Brasil que governa está dissociada da realidade. Definitivamente, o país das maravilhas que ela mencionou não é o mesmo dos brasileiros. Fosse, ela não teria ouvido o panelaço que tomou conta das principais cidades enquanto fazia política em rede nacional de rádio e televisão, convocada a pretexto do Dia Internacional da Mulher.

Atribuir o amargo ajuste fiscal que impôs ao País à crise econômica internacional não é apenas falso, mas extemporâneo. O mundo cresce. A própria China, utilizada como exemplo pela presidente, deve registrar em 2014 aumento de 7% no PIB (Produto Interno Bruto) – índice impensável para o Brasil até para o mais otimista dos governistas.

Dilma faltou com a verdade. A razão do necessário ajuste fiscal, recessivo na essência, não está no estrangeiro, mas aqui mesmo no Brasil. Boa parte dos motivos, aliás, foi causada pelas medidas irresponsáveis e populistas tomadas na primeira gestão da própria presidente. Ou o governo segue entendendo que foi acertado o anúncio da redução do valor da conta de luz, estimulando o consumo, no momento em que todos os especialistas do setor prenunciavam problemas de geração devido à escassez pluviométrica histórica enfrentada pelo País?

Mesmo com a resposta negativa da opinião pública, a presidente manteve a soberba. Preferiu desqualificar os críticos ante responder as críticas. Ao invés de entender o recado da população, Dilma e seu partido preferiram estigmatizar os manifestantes. Apostaram na antiga e desgastada tese do “nós contra eles”, dizendo que a reação partiu apenas dos ricos. Ainda que fosse verdade, é preciso perguntar: desde quando essa parcela da sociedade perdeu a legitimidade de questionar o governo? A chefe da Nação precisa voltar ao Brasil real. Ouvir a voz das ruas pode ajudá-la bastante nessa tarefa.




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