De acordo com Mario Groisman, mestre em ciências dentais pela Universidade de Lund - Suécia, e membro da Academia Brasileira de Odontologia, Academia Americana de Periodontia, Academia Americana de Osseointegração e Academia Americana de Implantologia Oral, o cigarro não afeta apenas as células da mucosa da boca, como também diminui sua capacidade de defesa, deixando-a mais sujeita à ação de agentes agressores, o que pode acarretar doenças periodontais e até mesmo o câncer bucal.

Outro problema oral comumente causado pelo fumo é a recessão gengival, caracterizada pela retração da gengiva, exposição das raízes dos dentes, e aumento do risco de desenvolver sensibilidade a frio e calor ou cárie dentária nessas áreas desprotegidas.

O especialista explica que fumar pode levar ainda à perda total de um dente, inviabilizar a colocação de um implante dentário, ou ainda prejudicar, a longo prazo, o resultado de cirurgias orais. "O cigarro provoca a descamação da mucosa oral, o aquecimento da gengiva e a inflamação do tecido, que se destruído, resulta na perda do dente. Dependendo do consumo do cigarro e da falta de cuidados com a higiene bucal, as defesas do organismo ficam tão diminuídas, que impedem a cicatrização de feridas e a osteointegração de implantes", diz.

Groisman ressalta outras conseqüências negativas do fumo, que costumam ter desdobramentos na vida social dos pacientes. "Causa mau hálito, pois as substâncias presentes no cigarro diminuem o fluxo salivar, comprometendo a higiene fisiológica do próprio organismo; deixa manchas acastanhadas nos dentes - o que é motivo do aumento pela procura por tratamentos de clareamento dental e também nas gengivas e nas bochechas; e causa alterações no olfato e no paladar, pois o cigarro atrofia as papilas gustativas do dorso da língua,o que prejudica a capacidade de sentir o gosto dos alimentos, especialmente comidas salgadas", explica.

Por Daniele Monte