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Futebol com enredo digno de novela
Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
06/04/2021 | 00:01
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As reuniões virtuais entre clubes e Federação Paulista de Futebol para debater o futuro das séries A-1, A-2 e A-3 do Estadual que poderiam acontecer ontem não foram realizadas e o cenário para estes 36 times permanece incerto, mesmo que, enquanto isso, todos sigam treinando normalmente na expectativa do regresso das competições. Nos bastidores o que se vê é uma movimentação da entidade esportiva para que ainda nesta semana alguns jogos sejam realizados, pelo menos na elite. Nem que para isso seja necessária intervenção do Ministério Público. Apesar de a FPF dizer que pensa nos times pequenos, neste momento está mesmo é buscando colocar os times grandes em campo na tentativa de não afunilar seus exigentes e apertados calendários. Querendo ou não, são estes os principais afiliados. Portanto, não será nenhuma surpresa se nas próximas horas for confirmado que Corinthians ou São Paulo podem ter de viajar urgentemente para algum local para antecipação de uma rodada da competição. O mesmo só não se aplica a Santos e Palmeiras, porque o Peixe joga hoje pela ida da pré-Libertadores, diante do San Lorenzo, da Argentina, e o Verdão se prepara para a primeira partida da Recopa Sul-Americana, contra o Defensa y Justicia, também argentino, amanhã à noite. Estes duelos envolvendo santistas e palmeirenses serão no país vizinho.

O enredo deste imbróglio envolvendo o Campeonato Paulista daria uma novela ou um filme. Com vilões e também mocinhos. Essas desesperadas atitudes e/ou manobras da FPF para manter as três divisões na ativa têm prós e contras. Para quem não está envolvido, enxerga o ato como egoísta, de pouca empatia com as milhares de vítimas fatais do novo coronavírus em nosso País, inclusive no próprio meio futebolístico, como os técnicos Marcelo Veiga e Ruy Scarpino, além de outros Brasil afora. Por outro lado, tanto a Federação quanto os clubes buscam provar que o protocolo sanitário praticado é eficaz justamente para poder manter mais do que o entretenimento e o cumprimento dos acordos comerciais, mas garantir a manutenção dos milhares de empregos de jogadores, comissões técnicas e demais funcionários envolvidos no dia a dia das agremiações. Ah, e também de todo o pessoal da arbitragem. Isso porque a entidade esportiva envia cotas para as equipes, que fazem um planejamento justo em cima destes valores. Se o campeonato se estende além do que estava programado, pode fazer com que os times tenham de arcar com folhas salariais que não estavam nos planos e, consequentemente, causar um efeito em cascata de atrasos, rescisões e processos. Ou seja, é uma grande enrascada e como digo no boletim da DGABCTV (exibido no Facebook do Diário) quando sou convocado a atualizar sobre as notícias relativas à pandemia: é uma conta que não fecha.

O último protocolo apresentado pela Federação Paulista de Futebol para as realizações dos jogos do Corinthians e do Palmeiras em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, há duas semanas, me parece bastante sensato com relação àqueles que estão do lado de fora das quatro linhas. Isso porque eu e os colegas jornalistas, por exemplo, mesmo com número mínimo de profissionais e em áreas específicas, podemos comparecer aos estádios para realizar a cobertura. No entanto, diferentemente das delegações, não somos submetidos a testes, utilizamos transporte compartilhado para deslocamento e, consequentemente, estamos sujeitos ao contato com o vírus – no máximo respondemos um questionário na porta das arenas dizendo se tivemos contato com a Covid-19 etc. Na nova proposta da FPF para continuidade do torneio, por outro lado, apenas os funcionários das empresas que detêm os direitos de transmissão poderiam ir aos jogos – e aí ficaria sob responsabilidade das prestadoras de serviço a quem são ligados promover o auxílio de controle, porque são pessoas que também estarão expostas durante seus trabalhos, como câmeras, assistentes e demais.

Nas redes sociais, os clubes vêm realizando postagens nas quais mostram jogadores, treinadores e dirigentes utilizando máscaras durante suas atividades, numa clara tentativa de evidenciar todo o cuidado que têm para evitar o contágio ou a proliferação da doença. Mas recentes casos ainda estão vivos na memória, como os surtos nos elencos de Corinthians, Ponte Preta e Marília. Obviamente que, por seu tamanho e pelas características da modalidade, não daria para fazer no Campeonato Paulista como a NBA fez ou como a Superliga Feminina vem fazendo, ou seja, promover uma bolha, com todos os jogos em local único e delegações concentradas praticamente juntas até a definição dos campeões. Ao mesmo tempo, também não dá para se promover loucuras, como colocar as equipes dentro de ônibus e despachá-las para jogar a centenas de quilômetros daqui – inclusive correndo o risco de, no meio do caminho, um decreto estadual ou municipal impedir a realização do jogo. Enfim, o que vai acontecer são cenas para os próximos capítulos.

VOTO DE CONFIANÇA
Novo CEO do São Caetano, Márcio Granada teve o passado exposto por torcedores do Azulão nas redes sociais, com matérias mostrando problemas do empresário tanto com atletas quanto com equipes. Por outro lado, se o presidente Nairo Ferreira de Souza, dirigente com três décadas de experiência, deu esse voto de confiança para trazer Granada para o clube, acredito que valha a pena a torcida fazer o mesmo. Afinal, na situação que está, com tantas dívidas e processos, o clube não tem muito a perder. Ou seja, é ter um mínimo de paciência. Sinto muito apenas pela saída de Fabinho Félix, que vinha se desdobrando para o Azulão andar. 




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