Cultura & Lazer Titulo Poesia no Jardim da Filosofia
Carpinejar abre série no CCBB
Por Melina Dias
Do Diário do Grande ABC
02/12/2008 | 07:00
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Um time pequeno mas escolhido a dedo de jovens escritores e poetas está a partir desta terça-feira no programa Poesia no Jardim da Filosofia, série de bate-papos com entrada franca no Centro Cultural Banco do Brasil (próximo às estações Sé e São Bento do Metrô, tel.: 3113-3651). Há de Chacal a Negra Li. Fabrício Carpinejar, 36 anos, um dos mais elogiados dessa nova safra participa hoje, às 19h30, ao lado do colega Marcelo Montenegro.

O gaúcho aproveita o encontro sob o tema A palavra e os novos meios: os destinos da escrita para lançar seu último livro, a antologia de crônicas Canalha! (Editora Bertrand Brasil).

Carpinejar cristaliza esse perfil buscado pela curadora do projeto, a doutora em filosofia Viviane Mosé. Ele transita com naturalidade no mundo que comporta escritores-sem-livro, os blogueiros, mas também conseguiu cavar seu espaço no mercado editorial que, como a indústria fonográfica, sofre o impacto da cultura livre na internet.

Ele sentencia: aproxima-se do fim o tempo em que o escritor produzia recolhido e somente através do livro físico era acessado por seus leitores. Carpinejar acha "rápida e saborosa" essa nova forma de distribuição de suas criações, que podem ir do blog ao YouTube, passando pelo rádio. "Sou jovem e vivo de literatura. Há 15 anos isso seria impossível", diz o pai de uma adolescente e um menino de 4 anos. Ele reconhece necessária, cada vez mais, uma postura criativa na produção de projetos, palestras. Não basta ficar esperando os direitos autorais caírem na conta bancária.

Seu novo livro, Canalha!, reitera a faceta contemporânea. Cansado de ouvir elogios das leitoras à sua "alma feminina", ele reuniu escritos que comentam como o homem hoje se sente culpado por ser hetero e viril, ou por ser sensível, mas ter de provar que mata barata. Carpinejar quer o fim da "gincana sexual" e aponta o homem que sabe rir de si mesmo, mas cuida de sua imagem. "Quando uma mulher o chama de canalha na verdade está dizendo ‘tu não presta, mas eu te amo'."




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