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Sem lideranças, Novo e PSL citam reestruturação

Na esteira de resultado eleitoral inédito, ex-nanicos estudam alternativas de olho em 2020

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
22/10/2018 | 07:00
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Montagem/ABr


 Na esteira de resultado eleitoral inédito alcançado do dia 7, partidos anteriormente considerados nanicos, a exemplo de PSL e Novo, ainda sem lideranças políticas no Grande ABC, estudam reestruturação interna de olho no pleito de 2020, quando a disputa será para eleger vereadores e prefeitos. Na tentativa de aproveitar o momento a partir da votação dos presidenciáveis Jair Bolsonaro e João Amoêdo, respectivamente, as duas legendas, que não têm representatividade na região, já iniciam movimentos no sentido buscar musculatura, tendo como um dos primeiros passos constituir diretórios municipais.

O saldo das candidaturas majoritárias de ambos neste ano foi destacado a ponto de elevar o status de cada um. Mesmo sem estrutura partidária e recém-filiado, Bolsonaro conquistou 49,2 milhões de votos (46,03%) no primeiro turno do processo. O PSL, em 2014, havia eleito apenas um deputado federal. Nesta eleição, a sigla saltou para uma bancada de 52 parlamentares na Câmara, atrás somente do PT, que registrou 56 cadeiras. O Novo, por sua vez, debutou em jornada presidencial. Também estreante na empreitada, Amoêdo recebeu 2,6 milhões de sufrágios (2,5%). Diante do cenário, a agremiação elegeu oito deputados, sendo três por São Paulo. 

Deputado estadual eleito pelo PSL, Coronel Nishikawa, com domicílio na região, sustentou que a proposta é “justamente aproveitar hoje o tsunami Bolsonaro que o partido teve (pensando) para 2020”, porém sem aceitar figuras a qualquer custo. “Iremos entrar nesta batalha, nos esforçando para fazer maior número de candidatos tanto para vereador quanto de prefeitos. É preciso ter ideologia de direita, temos que reforçar essa imagem de direita, ter esse perfil. Não é nem centro, é totalmente de direita”, pontuou, ao acrescentar que a sigla tem sido procurada, depois do resultado do dia 7, por “políticos consagrados”. “Mas, por enquanto, prefiro não citar nomes.”

Em visita a Santo André, na quinta-feira, o senador eleito Major Olímpio (PSL) sugeriu também plano por lançar voo solo na maioria das cidades-estratégicas, incluindo na lista o Grande ABC. Nishikawa se elegeu na onda da expressiva votação de Janaina Paschoal (PSL), mais lembrada por vaga na Assembleia Legislativa – ela obteve 2 milhões de votos. O PSL não tinha representação no Parlamento paulista e passa a ter a maior bancada, com 15 deputados. Na sequência, aparece o PT, com dez. O PSDB caiu de 22 cadeiras para somente oito, ao lado do PSB.

Coordenador do Novo em São Caetano, Alan Camargo contabilizou que o resultado registrado por Amoêdo na cidade foi o maior do Estado, proporcionalmente, citando mapeamento estratégico para formação de diretórios no Grande ABC. “Amoêdo teve 8,72% no município, bem acima da média, só atrás do Bolsonaro e do Ciro (Gomes, PDT). É saldo importante e dá a dimensão da institucionalização do apoio na região”, disse, ao mencionar que a proposta é manter tratativas internas “para não jogar por terra tudo que foi conquistado”. “Muita gente ainda não conhece o Novo. Temos que preservar nosso conceito para 2020. Não é lançar por lançar. Tem que ser natural, precisa estar em consonância com os princípios (da sigla). Não necessita criar atalhos.”




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