O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) está tomando providências para preparar no Exterior estrutura que permita prestar apoio efetivo às empresas brasileiras que queiram se internacionalizar. O processo visa também a atração de investidores estrangeiros para o País.

Segundo o chefe da área internacional da instituição, Leonardo Botelho, o primeiro passo para a atuação da instituição no Exterior foi dado no ano passado, com a abertura da subsidiária BNDES Limited em Londres. "A ideia é aumentar a presença do banco junto a mercados financeiros e a investidores estrangeiros para poder servir como ponto de referência para informações sobre ambiente de negócios brasileiros e facilitar a internacionalização das empresas (nacionais)", afirmou.

A filial inglesa do banco constitui, na definição de Botelho, ponto de observação muito importante. "A partir de Londres, temos feito vários contatos com aplicadores e o mercado financeiro e observamos o interesse dessas companhias no País. Estamos começando a identificar oportunidades de negócios tanto no caminho do Brasil, na atração de investimentos, como na internacionalização das empresas."

Botelho destacou que a filial do BNDES no Reino Unido, apesar de ser uma companhia de participações, não atua com característica de instituição financeira. Isso significa que ela não pode conceder crédito. "A partir da subsidiária, a gente vai avaliar qual vai ser a estrutura mais adequada para o BNDES poder oferecer o suporte, seja via empréstimo ou participações, às firmas nacionais que pretendam se internacionalizar", explicou.

Ainda está indefinido se isso será feito diretamente em Londres ou por meio de uma estrutura que a agência inglesa vier a constituir. "Estamos avaliando qual é o melhor caminho para apoiar as empresas brasileiras."

O BNDES contratou uma consultoria para auxiliá-lo nesse processo de internacionalização. A expectativa é que a alteração será concluída até o fim deste ano. Botelho também salientou que a estrutura de suporte às empresas do Brasil no Exterior terá de passar pela aprovação das autoridades de supervisão locais. "Em determinadas praças, ele toma mais tempo. A gente acredita que em Londres seja bem mais rápido."

A linha de crédito criada pelo BNDES em 2005 para apoio às operações de expansão das companhias brasileiras para outros países desembolsou até o ano passado R$ 8 bilhões, englobando os setores de agroindústria, bens de capital, construção e engenharia, eletroeletrônica, energia, serviços técnicos diversos e tecnologia da informação.