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Marinho admite que PT pode discutir substituto para Lula
Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
02/02/2018 | 07:00
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Braço direito e pupilo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho, atual presidente do diretório do PT paulista, admitiu ontem que o partido poderá discutir candidatura alternativa à do ex-presidente caso o petista não consiga viabilizar juridicamente seu projeto. Condenado em segunda instância no dia 24 por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Lula hoje estaria impedido de disputar o pleito de outubro pela Lei da Ficha Limpa.

Em plenária realizada ontem à noite com petistas da região, em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Marinho negou veementemente à militância presente que o PT tenha plano B à candidatura de Lula à Presidência. Ao Diário, porém, Marinho reconheceu que esse debate pode existir no futuro.

Defensor de que os demais partidos de esquerda formem aliança única com o PT em torno da candidatura de Lula, o ex-prefeito falou sobre a possibilidade de se discutir um substituto quando questionado se o petismo poderia abrir mão do projeto de Lula caso as legendas de esquerda aceitassem formar coligação condicionando-a à escolha de outro candidato a presidente. “Se o Lula estiver impedido (de disputar, do ponto de vista jurídico, a corrida presidencial) ...”, disse o ex-prefeito.

Marinho, entretanto, completou que esse debate só se concretizaria na hipótese de a candidatura de Lula ser totalmente inviabilizada às vésperas do pleito.

“Isso (escolher substituto) caberia... (Primeiro, os partidos de esquerda) Vêm com o Lula. (Futuramente, se acontecer) Ah, Lula foi impedido, faltando 20 dias (para o pleito), discute (outro candidato da aliança), aí daria para discutir, mas esse não é o caso. Ele (Lula), não estando impedido, é candidato”, afirmou Marinho, que fez questão de emendar: “Mas Lula não estará impedido”. “Toda a possibilidade jurídica cabe discutir. No nosso entendimento, cabe a candidatura do Lula. Até porque nós acreditamos que é possível reverter esse processo. O processo é todo cheio de ilegalidades”, completou.

Intitulada como plenária “em defesa da democracia e da candidatura de Lula”, a reunião serviu para reforçar a agenda de atos pró-Lula que o partido fará nas próximas e contra a reforma da Previdência. O evento também formalizou a posse do ex-prefeito Carlos Grana, de Santo André, à frente da Macro, a coordenação regional do partido.

Durante seu discurso aos correligionários, Marinho tentou tranquilizar os petistas sobre eventual prisão de Lula e pediu mobilização nas redes sociais e nas ruas. O petista anunciou que a pré-candidatura de Lula será lançada no dia 22, às 19h, na Casa de Portugal, na Capital.

O evento reuniu lideranças como os deputados estaduais Luiz Fernando Teixeira e Teonilio Barba, o parlamentar federal Vicentinho, além de vereadores e ex-vereadores do partido na região. Inicialmente, petistas chegaram a pedir a saída da equipe de reportagem do Diário do local, mas depois recuaram. 




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