Política Titulo Escândalo do museu
Justiça analisa se réus no escândalo do museu podem trabalhar juntos

Buso e Cloves, denunciados por fraude em obra de S.Bernardo, atuam na Assembleia Legislativa

Por Humberto Domiciano
do Diário do Grande ABC
16/08/2017 | 07:00
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Montagem/DGABC


A 3ª Vara da Justiça Federal, de São Bernardo, recebeu pedido para investigar as atuações do ex-vereador José Cloves (PT) e do ex-secretário de Obras Alfredo Luís Buso no gabinete da primeira-secretaria da Assembleia Legislativa de São Paulo. Os dois são réus no escândalo do Museu do Trabalho e do Trabalhador.

Tanto Cloves quanto Buso foram denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) por dispensa ilegal de licitação e peculato (desvio de recursos públicos) no âmbito da Operação Hefesta, que investiga irregularidades na construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador, em São Bernardo, projeto idealizado pelo ex-prefeito Luiz Marinho (PT) e localizado no Centro da cidade.

O pedido foi registrado por José de Oliveira e alega que José Cloves e Alfredo Luís Buso estariam arquitetando “meios de prejudicar o andamento do processo”.

No dia 13 de dezembro, a PF (Polícia Federal) e o MPF deflagraram a Operação Hefesta, apontando existência de desvio de recursos na ordem de R$ 7,9 milhões. Entre as irregularidades detectadas estavam restrição de competitividade durante a licitação e duplicidade de pagamentos a um único serviço executado.

À época, oito pessoas foram presas – Buso, por parte da gestão de Marinho, estava na lista. Houve também mandados de condução coercitiva (como o de Cloves) e de busca e apreensão.

Desde a operação, o Museu do Trabalho e do Trabalhador está parado. A obra teve início em 2012 e deveria ser concluída no ano seguinte, mas sucessivos atrasos e até abandono dos trabalhos impediram o cumprimento integral do cronograma.

Procurado pelo Diário, o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT), comandante da primeira-secretaria da Assembleia Legislativa, afirmou, por meio de nota, que a solicitação tem caráter “político”. “Tentam usar a Justiça como palanque político. Anexam denúncias infundadas a um processo que não tem fundamento. Ainda assim, eu acredito na Justiça. Espero que a verdade prevaleça. Tenho a convicção de que estes cidadãos (Buso e Cloves), que foram injustamente envolvidos, serão inocentados”, completou o parlamentar.

Luiz Fernando pontuou também que Buso foi nomeado assessor do gabinete por “suas qualificações técnicas e políticas”. Segundo o petista, o arquiteto dá expediente na Assembleia das 8h às 14h e eventualmente o acompanha em agendas externas.

Sobre José Cloves, que já estava lotado na primeira-secretaria, o deputado alegou que a permanência dele na Assembleia foi combinada com a deputada Ana do Carmo (PT). “Na ocasião, em função dos impedimentos, combinamos de ele ajudar a deputada Ana do Carmo na parte da manhã e, no período da tarde, dar expediente em meu escritório em São Bernardo”, finalizou o deputado. (Colaborou Raphael Rocha) 




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