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FHC diz que momento não é propício para votação das MPs
Do Diário OnLine
06/02/2001 | 00:16
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O presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta segunda-feira, por meio do porta-voz Georges Lamazière, que não considera o momento propício para a votação da emenda que restringe a edição e reedição de Medidas Provisórias. FHC pretende retornar à votação das MPs somente quando terminarem as eleições no Congresso, que acontecem no próximo dia 14.

De acordo com o porta-voz, o presidente deseja que o tema seja analisado em “clima de tranqüilidade” e, por isso, ele estaria esperando que a crise ocasionada pela disputa pela presidência da Câmara e Senado passe.

O interlocutor disse também que o presidente não estaria realizando reedição das MPs por interesse pessoal, “mas porque a regulamentação existente leva a um certo engarrafamento no Congresso".

O líder do governo na Câmara, Arthur Virgílio, disse que a vontade do presidente é retomar as negociações apenas depois que o PFL confirme apoio ao governo federal. "A melhor coisa é não votar", afirmou o tucano.

Assim, a votação das MPs vai depender de um grande consenso dos líderes aliados. Se o PFL assumir um compromisso público com o governo, a votação pode ser reiniciada, mas o governo não esconde o receio.

"Os partidos estão querendo usar estas votações para mandar um recado para o governo e o resultado da semana passada foi preocupante", afirmou o secretário-geral da Presidência da República, Aloysio Nunes Ferreira.

Se houver acordo, o governo está disposto a votar cerca de 20 MPs que não são consideradas polêmicas, fora da ordem cronológica.

Para assegurar em seu favor a votação que restringe o uso das MPs, o governo parece não se preocupar com os R$ 16 mil que estão sendo pagos para os parlamentares trabalharem extraordinariamente. Mesmo que ainda restem 71 MPs para serem votadas, eles receberão a quantia.

Nesta terça, o presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB), se reúne com os líderes aliados para decidir se ainda há possibilidades das votações serem recomeçadas.

O PFL, com posição sempre contrária à do governo, defende a votação da emenda que restringe MPs. A posição do partido foi sinalizada nesta segunda pelo presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães.

Já o PMDB, por meio do líder Jorge Bornhausen, defendeu a obstrução da votação da emenda.




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